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Caos no novo controlo dos aeroportos. Sindicato denuncia polícias a desmaiar e falta de formação

O caos nos aeroportos de Portugal, com a entrada em vigor do novo sistema de controlo de passageiros de fora da União Europeia, está a resultar em polícias “a desmaiar nas boxes” devido aos elevados níveis de stress, afirma ao DN o dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Carlos Oliveira.

O dirigente explica que a entidade já tinha alertado o Governo para a falta de efetivo, para dar conta do aumento do número de passageiros, e que o novo sistema de controlo, implementado no passado dia 20, está a gerar uma situação “incomportável”.

Segundo Carlos Oliveira, o novo sistema informático, que devia dar respostas rápidas, “não dá, porque demora mais de um minuto, quando devia demorar dois ou três segundos”.

A lentidão do novo sistema está a fazer com que os milhares de passageiros oriundos de países de fora do Espaço Schengen esperem várias horas pelo controlo de imigração. “Não somos nada contra este sistema, mas era bom que envolvessem os profissionais, dessem a devida formação. Mas a coisas foram ao contrário”, acusa o dirigente.

“Isto carecia, não só, atempadamente, de haver uma programação, como havia uma necessidade de dar uma formação a quem vai executar este software, estes programas. Quando se introduzem estes novos sistemas, as entidades locais, nomeadamente a PSP, que trabalha diariamente com este serviço, devem ser ouvidas”, afirma Carlos Oliveira.

Segundo o dirigente, a situação está “a agravar as condições dos próprios polícias, porque não têm tempo de pausas para poderem descansar. Além disso há cortes de folgas, polícias a desmaiar nas boxes pelo stress elevadíssimo”.

A associação enviou uma nota à Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) e à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, a expor a situação.

A nota ainda afirma que os constrangimentos enfrentados pelos polícias são “episódios presenciados por cidadãos e que ali têm tecido duras críticas”, e que a “a PSP assumiu esta responsabilidade [Estrangeiros e Fronteiras] sem qualquer reconhecimento, quer do ponto de vista remuneratório e das condições de trabalho, o que reflete uma secundarização destes profissionais, que agora são chamados a dar resposta”.

Até ao momento, o dirigente afirma não ter recebido qualquer contato no sentido de dar uma resposta sobre as denúncias. “Estamos com estes problemas todos, e espero que este contributo e o alerta que fizemos ajude a melhorar esta situação”, finaliza Carlos Oliveira.

O DN já questionou a PSP e o MAI sobre este assunto, mas até ao momento não foi possível obter uma resposta de qualquer uma das entidades.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Reprodução X