Exibição desinspirada mas onde o essencial foi conseguido. Foi assim o retrato da vitória, por 2-0, do campeão FC Porto, este domingo, frente a um Vizela com bons princípios e organização mas que acabou por ser vítima de um erro individual à beira do intervalo.
Um golo a fechar cada parte chegou e bastou para os dragões manterem o segundo posto na I Liga antes da visita a Alvalade (embora com uma paragem a meio da semana em Viseu, para a Taça), numa partida a contar para a 19.ª jornada na qual Wendell saiu lesionado com alguma gravidade.
Para um jogo em que Sérgio Conceição, bem como o adjunto Vítor Bruno, não puderam estar no banco devido a terem sido expulsos no Funchal, o FC Porto teve de prescindir novamente de Eustáquio, ainda lesionado, e, mais importante, de Otávio, que se magoou na última jornada. Também Bernardo Folha, que foi expulso frente ao Marítimo, não pôde estar no relvado às ordens de Siramana Dembelé, responsável pela condução da equipa no terreno.
Do outro lado, Manuel Tulipa, a orientar a equipa principal dos vizelenses pela oitava vez – ele que se formou como jogador nos dragões -, só fez uma alteração em relação ao triunfo perante o Rio Ave: o central Anderson Jesus, a cumprir castigo por ter visto o quinto amarelo, deu o seu lugar a Ivanildo Fernandes.
Entrando em campo já sabendo que o Sp. Braga vencera o seu jogo, tal como o líder Benfica, os campeões nacionais deixaram a Uribe e Grujic o centro do meio-campo, com Pepê e Galeno nas alas e a dupla Taremi-Evanilson na frente de ataque.
Perante um Vizela que mostrara em Alvalade ser um adversário duro de roer (tal como na Luz, ainda com Álvaro Pacheco), o FC Porto entrou determinado a marcar novamente cedo e a aumentar a sequência de seis triunfos consecutivos, pressionando alto e remetendo o adversário para a sua defesa. E, logo aos cinco minutos, o golo esteve perto de acontecer, na sequência de um canto que Uribe cabeceou rente à trave de Buntic.
No entanto, rapidamente o Vizela conseguiu colocar água na fervura azul e branca. Com Raphael Guzzo em destaque na luta a meio-campo, a equipa de Tulipa conseguiu impedir que o FC Porto chegasse com perigo até à sua área, mostrando que a ausência de Otávio, um jogador que defende, marca o ritmo e desequilibra, tem um preço elevado na manobra da equipa.
Desinspirados, os azuis e brancos não conseguiam criar oportunidades e ainda viam o adversário sair até ao último terço, mesmo sendo, na maior parte das vezes, inofensivo.
No camarote, Sérgio Conceição ia mostrando o seu desagrado, dando constantes indicações para o banco e foi preciso esperar pelo 38.º minuto para se ver um remate enquadrado: uma cabeçada de Grujic, que o guardião croata do Vizela agarrou sem dificuldades.
No aproveitar está o ganho
No entanto, um erro individual acabou por fazer a diferença ao intervalo. Igor Julião tentou sair a jogar para uma zona interior, onde Galeno o tentou desarmar. A bola chegou a Evanilson que, apanhando a defesa vizelense em contra-pé, centrou para Pepê encostar e fazer o 1-0 sem problemas (41″) naquele que foi o seu quarto golo na época.
Logo a seguir, uma boa transição resultante de um belo passe de Taremi voltou a colocar a defesa visitante em problemas, mas Bruno Wilson lá afastou o perigo e o descanso chegou com a vantagem mínima dos homens da casa, apesar de uma exibição descolorida.
Sem mudanças nos onzes, a segunda metade começou como um espelho da primeira. O FC Porto desinspirado, o Vizela bem organizado mas incapaz de assustar no ataque e a cometer novo erro na saída que quase proporcionava o segundo golo aos dragões: desta feita, resultante de um mau passe de Guzzo, que Pepê aproveitou para solicitar Evanilson e Buntic a defender muito bem o desvio do brasileiro (51″).
Pouco depois, nova contrariedade para os homens da casa: Wendell lesionou-se sozinho e teve de sair de maca, dando o lugar a Zaidu, outro homem a regressar após algumas semanas magoado (55″).
Com o resultado na margem mínima, Tulipa foi arriscando, colocando mais homens na frente mas a verdade é que o Vizela não conseguiu criar um único lance de golo.
E, frente a equipas com a qualidade individual do FC Porto, o risco de um lance de inspiração poder matar o jogo está sempre presente: assim aconteceu aos 86″, quando João Mário arrancou que nem um foguete pela direita e centrou rasteiro, para Taremi rematar de primeira e selar a sétima vitória consecutiva dos dragões num jogo que não deixa saudades – a não ser a Vasco Sousa, que ainda teve uns minutos para se estrear na equipa principal do FC Porto.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito das imagens: Ivan Del Val / Global Imagens