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Câmara justifica custo de altar-palco de 4,2milhões de euros com necessidades do evento

A Câmara de Lisboa justificou esta quarta-feira o investimento no altar-palco da Jornada Mundial da Juventude com as necessidades do evento e as características do terreno, sublinhando que a estrutura poderá receber 2.000 pessoas e continuará depois a ser utilizada.

Em conferência de imprensa no Parque Tejo, que no início de agosto irá acolher o certame, onde são esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas, o vice-presidente do município, Filipe Anacoreta Correia, apresentou o projeto do altar-palco, que terá nove metros de altura.

“Não tem nada a ver com outro palco feito em Portugal, afirmou o autarca, sublinhando que é necessário garantir a visibilidade a uma longa distância, tendo em conta o número de participantes, e lembrando que o terreno em causa está localizado sobre um aterro.

Segundo detalhou o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o palco vai ter capacidade para 2.000 pessoas (1000 bispos, 300 concelebrantes, 200 membros do coro, 30 intérpretes de língua gestual, 90 elementos de orquestra, ‘staff’ e equipa técnica), terá dois elevadores e uma escadaria central, numa área de implementação de 5.000 metros quadrados (equivalente a meio campo de futebol).

A obra de construção deste altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar a missa vai custar 4,2 milhões de euros à Câmara de Lisboa, numa empreitada atribuída por ajuste direto.

Questionado pelos jornalistas sobre o procedimento de contratação, Filipe Anacoreta Correia apontou para a “excecionalidade do evento” e assegurou que existe “uma preocupação de que o processo decorra de forma “mais transparente”.

Nesse sentido, o vice-presidente da Câmara de Lisboa explicou que foram feitas três consultas de mercado, a primeira delas a sete empresas, com valores de propostas entre 4,4 milhões e 8,4 milhões de euros.

O autarca referiu que a última consulta foi feita “às duas empresas selecionadas com as melhores propostas, que correspondem às maiores empresas de construção em Portugal”.

Segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação pública, “a construção foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)”, somando-se a esse valor “1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura”.

O vice-presidente da autarquia afirmou que a utilização do altar-palco “não se esgota no evento”, prevendo-se que a sua construção tenha retorno após a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), devido ao interesse de promotores de eventos.

“A câmara já teve manifestações de interesse para o palco ser utilizado para futuros eventos”, disse, indicando apenas que se tratam de iniciativas de cariz musical ou cultural.

Filipe Anacoreta Correia explicou que, para esse efeito, após terminado o evento, o palco-altar será redimensionado, numa empreitada que já está contemplada nos 4,2 milhões de euros.

Na terça-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, referiu que sabia que a construção do altar-palco iria ficar muito cara, acrescentando que será realizada com as especificações indicadas pela Igreja Católica.

“Queremos que esse palco, essa infraestrutura, fique para o futuro e que muitas dessas infraestruturas fiquem para o futuro. Eu sabia que isto ia ser muito caro, que era um investimento muito grande para a cidade”, indicou Moedas.

“Qualquer comparação de preço, qualquer comparação de custos não se consegue comparar, porque nós nunca tivemos algo desta dimensão”, afirmou.

21,5 M€ investidos no Parque Urbano Tejo-Trancão

O município de Lisboa tem um investimento estimado de 35 milhões de euros na preparação e realização dos eventos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), sendo a maior verba aplicada no Parque Urbano Tejo-Trancão.

De acordo com os números apresentados por Filipe Anacoreta Correia, a maior fatia do investimento (21,5 milhões de euros) destina-se ao Parque Urbano Tejo-Trancão, local que acolherá o evento principal da JMJ.

Nesta parcela de terreno destaca-se a reabilitação do aterro sanitário de Beirolas (7,1 milhões de euros), a montagem de um altar-palco (4,24 milhões de euros), a construção de uma ponte pedonal sobre o Rio Trancão (4,2 milhões de euros) e de infraestruturas e equipamentos de saneamento, abastecimento de água e eletricidade (3,3 milhões de euros).

No valor de investimento apurado para este local estão também contemplados os estudos, projetos e fiscalização (1,6 milhões de euros) e ensaios e fundações (1,06 milhões de euros).

Falando sobre este investimento, Filipe Anacoreta Correia destacou o facto de se tratar de “uma oportunidade para reabilitar uma zona da cidade de Lisboa que está desqualificada”, salientando que a capital portuguesa irá beneficiar no futuro de 19 milhões de euros do investimento agora feito.

“Estes valores que estamos a falar de investimentos são valores que ficam na cidade. O valor que apontamos para esta obra Tejo-Trancão dotará a cidade de um parque numa área que era um aterro e que era uma área desvalorizada na cidade de Lisboa, com o potencial que isso representa em termos económicos”, argumentou.

Além do Parque Tejo, a Câmara Municipal de Lisboa tem previsto um investimento de cerca de 13,5 milhões de euros para montar recintos em outras partes da cidade, nomeadamente no Parque Eduardo VII, Terreiro do Paço, Alameda D.Afonso Henriques e Parque da Belavista.

Nestes locais está previsto investimento na colocação de palcos, iluminação, som, ecrãs, casas de banho, baias, geradores, sinalética, segurança, recolha de resíduos e brigadas de limpeza.

A Câmara Municipal de Lisboa anunciou ainda que irá proceder ao reforço de equipamentos nas áreas da higiene urbana, Regimento de Sapadores Bombeiros, Polícia Municipal e Proteção Civil.

O Parque Eduardo VII foi o local escolhido para a realização e três eventos da JMJ: a missa de abertura (com cerca de 200 mil pessoas), o acolhimento ao Papa Francisco (500 mil pessoas) e a Via-Sacra (700 mil pessoas).

Nestes locais está previsto investimento na colocação de palcos, iluminação, som, ecrãs, casas de banho, baias, geradores, sinalética, segurança, recolha de resíduos e brigadas de limpeza.

A Câmara Municipal de Lisboa anunciou ainda que irá proceder ao reforço de equipamentos nas áreas da higiene urbana, Regimento de Sapadores Bombeiros, Polícia Municipal e Proteção Civil.

O Parque Eduardo VII foi o local escolhido para a realização e três eventos da JMJ: a missa de abertura (com cerca de 200 mil pessoas), o acolhimento ao Papa Francisco (500 mil pessoas) e a Via-Sacra (700 mil pessoas).

Neste local será montado um palco (ainda sem valor de custo previsto) que será alvo de um concurso internacional, segundo adiantou o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, acrescentando que esse, ao contrário do que será construído no Parque Tejo-Trancão, será retirado no final do evento.

A Câmara de Lisboa estima que as obras previstas neste plano de investimento estejam concluídas até junho e manifesta vontade de que “não existam derrapagens no valor” estimado.

A autarquia lisboeta diz esperar que se desloquem à capital cerca de 1,5 milhões de pessoas para participar na JMJ.

“Para a dimensão de Lisboa receber um evento desta dimensão é um grande desafio. Será uma oportunidade de dar notoriedade e visibilidade a Portugal”, sublinhou.

Tentando fazer uma projeção sobre o impacto da JMJ, o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa defendeu que “não se pode olhar para este evento apenas de uma perspetiva dos custos”, apontando para o retorno económico.

“Se nós temos aqui um milhão e meio de pessoas que vão permanecer nesta região, nesta zona, durante seis dias, a experiência indica-nos que um grande número vem uma semana antes e vai uma semana depois. Agora imaginem que em termos médios estes 1,5 milhões, durante estes seis ou 15 dias, gastam em média 200 euros na sua estadia. Se assim for, o retorno para a economia é dos 200 a 300 milhões de euros”, apontou.

A Jornada Mundial da Juventude é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre julho e agosto.

Lisboa foi a cidade escolhida em 2019 para acolher o encontro de 2022, que transitou para 2023 devido à pandemia de covid-19, partilhando a organização com o município vizinho de Loures.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem:  Câmara Municipal de Lisboa