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Bolsonaro nega apoiar atos violentos e pede oposição de seguidores a Lula da Silva

O presidente cessante do Brasil, Jair Bolsonaro, que será substituído no domingo por Luiz Inácio Lula da Silva, reprovou esta sexta-feira a atuação de apoiantes que cometeram atos de violência, mas pediu aos seus seguidores que façam “forte oposição” ao novo Governo.

“Não vamos acreditar que o mundo acaba neste 01 de janeiro”, disse Bolsonaro, referindo-se à posse de Lula da Silva, numa cerimónia este domingo em Brasília.

Falando visivelmente emocionado, numa transmissão ao vivo nas suas redes sociais, exortou os seus seguidores “a não jogarem a toalha ou deixarem de fazer oposição” ao novo Governo.

“O Brasil não sucumbirá, acreditem em vocês (…) Perde-se a batalha, mas não perderemos a guerra”, defendeu o Presidente demissionário brasileiro.

“Nada justifica aqui em Brasília essa tentativa de ato terrorista no aeroporto de Brasília. Nada justifica. Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão. Agora massifica em cima do cara como ‘bolsonarista’ do tempo todo. É a maneira de a imprensa tratar”, acrescentou Bolsonaro, referindo-se a um seguidor que tentou explodir um camião com combustível, mas acabou preso pela polícia.

Numa declaração que durou pouco mais de uma hora, Bolsonaro não reconheceu a plenamente sua derrota nas eleições de outubro passado nem parabenizou Lula da Silva – o que nunca aconteceu até agora -, e insistiu ter sido vítima da justiça eleitoral que, na sua opinião, favoreceu o Presidente eleito com várias decisões.

Bolsonaro reiterou que a sua liberdade e a dos grupos que o apoiam teriam sido limitadas e que eles foram impedidos de denunciar as falhas que, segundo insiste em afirmar sem apresentar qualquer prova, ocorreram no sistema de votação eletrónica que é usado no Brasil desde 1996.

Sem citar o nome de Lula da Silva, o Presidente brasileiro afirmou que “o novo Governo que vem aí vai criar muitos problemas” e vai “impor ao país uma ideologia desastrosa que não deu certo em nenhum lugar do mundo”.

“Aqueles que trabalharam contra vão sentir o peso das coisas erradas que estão vindo aí. O cara [Lula da Silva] nem assumiu e já temos problemas”, disparou.

Bolsonaro também justificou as manifestações junto a quartéis do Exército, onde grupos de apoiantes pedem um golpe militar para impedir a posse de Lula da Silva e mantê-lo no poder.

Na sua opinião, são uma “reação” a um processo eleitoral que “não teve toda a transparência”, que levou “uma massa popular a sair às ruas e protestar”.

Bolsonaro também afirmou que não convocou estas mobilizações, mas insistiu que se trata de “um protesto pacífico, ordeiro, que respeita as leis” e que constitui “uma manifestação espontânea do povo”.

Segundo Bolsonaro, o seu lema “Deus, Pátria, Família e Liberdade não se perderão” e deve ser agora o guia “de todos os patriotas” que querem “o regresso de um país com ordem e progresso”.

Fonte: Jornal de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: AFP