O Boavista reforçou esta segunda-feira o seu estado de graça, ao golear em casa o lanterna-vermelha Desportivo de Chaves, por esclarecedores 4-1, no encontro de encerramento da quinta ronda da I Liga, mantendo-se na liderança partilhada.
No Estádio do Bessa, no Porto, as ‘panteras’ alicerçaram um início retumbante com golos de Tiago Morais (39 segundos), de Salvador Agra (cinco minutos) e do eslovaco Róbert Bozeník (11 e 23), ao passo que o brasileiro Paulo Víctor reduziu para os visitantes (71).
O Boavista, que tem convivido com salários em atraso e esteve impossibilitado pela FIFA de inscrever novos jogadores durante o defeso, alcançou os 13 pontos de Sporting e FC Porto, sobressaindo nesse trio de líderes do campeonato pela melhor diferença de golos.
Os ‘axadrezados’ igualaram ainda o melhor arranque da sua história à quinta jornada, ao somarem quatro vitórias e um empate, tal como em 1995/96, numa trajetória inversa à do Desportivo de Chaves, que nunca tinha iniciado uma edição da prova com cinco derrotas consecutivas e continua a ser a única equipa sem quaisquer pontos obtidos em 2023/24.
Se Petit devolveu apenas Bruno Onyemaechi à titularidade em relação ao êxito no Estoril (2-1), José Gomes mudou seis unidades no ‘onze’ da derrota caseira dos flavienses face ao Moreirense (1-2), ao lançar de início Habib Sylla, Steven Vitória, Sandro Cruz, Ricardo Guima, Paulo Víctor e o estreante Rúben Ribeiro, recém-regressado ao futebol nacional.
Indiferente à mini-revolução do Desportivo de Chaves, o Boavista precisou apenas de 39 segundos para chegar à vantagem, com Tiago Morais a marcar na recarga a um ‘disparo’ à meia-volta de Róbert Bozeník defendido por Hugo Souza, que esteve na origem dessa jogada, ao efetuar um passe errado para Miguel Reisinho à saída da área transmontana.
As ‘panteras’ davam o tónico para uma prestação implacável e voltaram a ter o eslovaco como protagonista aos cinco minutos, ao lançar em velocidade Salvador Agra para o 2-0, e aos 11, quando chutou de forma acrobática, após centro na direita de Pedro Malheiro.
Novo sinal da turbulência flaviense surgiu aos 23 minutos, com Reisinho a responder ao alívio de Steven Vitória com um toque de cabeça para a área, onde Bozeník teve espaço para ‘bisar’ e festejar pela quinta vez esta época, superando o registo da época anterior.
Os adeptos do Desportivo de Chaves iam expondo o seu descontentamento com lenços brancos e assobios, vendo Rúben Ribeiro a tentar diluir diferenças aos 35 minutos, num remate que resvalou na trave, antes das entradas de Kelechi Nwakali e Leandro Sanca.
Numa altura em que Pedro Malheiro já tinha saído por lesão, o Boavista foi moderando o ritmo em função das circunstâncias e recuperou ímpeto ofensivo já dentro do período de compensação, com Róbert Bozeník a desviar ao lado uma solicitação de Salvador Agra.
Os pupilos de José Gomes voltaram dos balneários com maior disposição para atacar e importunaram o guarda-redes João Gonçalves através de Sanca, aos 55 minutos, Héctor Hernández, aos 61, e Ygor Nogueira, aos 64, premiando essa insistência com o tento de ‘honra’ de Paulo Víctor, na sequência de uma bola perdida por Bruno Lourenço, aos 71.
Petit aproveitava o avanço do cronómetro para refrescar alguns elementos influentes dos ‘axadrezados’, que só remataram uma vez na segunda parte e passaram mais tempo em zonas recuadas, tendo mantido a margem de três golos com defesas quase seguidas do seu guarda-redes face aos cabeceamentos de Jô Batista e João Pedro nos ‘descontos’.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Estela Silva / LUSA