Cinco jogos depois, o Benfica regressou às vitórias este domingo e voltou a colocar em quatro pontos a diferença para o segundo classificado da Liga, o FC Porto. Foi um triunfo justo, mas com o líder a mostrar muito desacerto e ineficácia.
Experiências nesta altura da época e depois de maus resultados nunca costumam dar muito resultado. Mas Schmidt quis arriscar. Colocou Aursnes a defesa-direito, estreou João Neves como titular e ‘prendeu’ Neres ao lado esquerdo do ataque. Os dois últimos até foram dos melhores, mas jogadores como Rafa, João Mário e Ramos ainda estão longe daquilo que já fizeram.
O Benfica, como se esperava, dominou em praticamente toda a linha. Mesmo sem jogar muito bem, foi criando chances claras de golo. João Neves e Rafa desperdiçaram de forma incrível duas delas.
João Mário falhou um penálti que poderia ter tranquilizado a equipa de Roger Schmidt, antes de Cassiano ter a única oportunidade clara de golo para o Estoril. Depois, o Benfica colocou-se em vantagem (justa) antes do intervalo, numa grande jogada de Neres, que cruzou para cabeceamento de Otamendi.
Após o intervalo, o ritmo de jogo baixou ainda mais, com o Estoril a ter mais bola, mas sem efeitos práticos. O Benfica controlou sempre as operações com saídas rápidas. Neres e João Mário tiveram boas oportunidades para dilatar o marcador, mas não tiveram pontaria. Schmidt deu frescura à equipa, mas com os minutos a passar e com a margem mínima a tensão aumentava a cada pontapé de canto ou aproximação do Estoril.
Suspiraram de alívio os encarnados com o apito final. Um triunfo que surge após duas derrotas consecutivas para a Liga com o FC Porto e Chaves. O Benfica vai agora a Barcelos no próximo sábado em mais uma final do líder que persegue o seu 38.º título.
Positivo
Capitão decisivo
Otamendi redimiu-se com um belo golo de cabeça, depois de exibições negativas, com lances que acabaram por prejudicar a equipa. Foi o primeiro golo na Liga e que deu três importantes pontos.
Negativo
Onde pára João Mário?
Não é por falhar o penálti que é o negativo do jogo. O médio está há cinco jogos muito abaixo do que já fez. Parece descrente e sem chama. Mas não é o único. Rafa Silva também não tem estado melhor.
Árbitro
Boas ajudas do VAR
Só após a intervenção do VAR é que Rui Costa assinalou o penálti sobre João Mário. O VAR foi decisivo também para anular o golo a Musa por fora de jogo. Mal ao não mostrar segundo amarelo a Otamendi.
Schmidt: “Faltam cinco jogos e temos de vencer quatro
“É bom ganhar jogos, especialmente porque estivemos algum tempo sem vencer. Demonstrámos uma excelente atitude, muita qualidade e podíamos ter facilitado a nossa vida, marcando mais golos e mais cedo. Mas marcámos um e se não marcamos o segundo, há que ficar concentrados e manter a disciplina. Não demos oportunidades ao adversário e foi o fim de uma semana difícil”, disse Roger Schmidt, no final do encontro deste domingo.
O treinador alemão já só pensa nos próximos encontros: “Esta vitória é importante para a equipa. São todas cruciais. Faltam jogar cinco jogos e temos de ganhar quatro deles. Eu vi uma dinâmica positiva e vi os jogadores a lutarem até ao fim. Foi um bom dia para nós.”
“Senti-me muito bem”
“Sabíamos que ia ser um jogo difícil, que tínhamos de nos impor desde o início até final. Foi o que fizemos e conseguimos os três pontos”, disse Neres, melhor jogador em campo e autor da jogada que deu o golo do Benfica, marcado por Otamendi. “Senti-me muito bem e a equipa entrou com o mesmo espírito que eu.”
João Carvalho
“Jogámos num campo difícil, diante de uma equipa forte. Podíamos ter empatado com um pouco de sorte. Vamos lutar até ao final”, disse João Carvalho (Estoril).
“Parabéns”
“Quero dar os parabéns ao Benfica porque foi um justo vencedor. Tivemos organização defensiva, mas faltou sermos mais perigosos nas saídas para o ataque. Conseguimos eliminar a primeira fase de pressão do Benfica, mas depois numa segunda fase de criação devíamos ter sido mais rápidos e eficazes”, disse Ricardo Soares, técnico do Estoril.
Fonte: Correio da Manhã / Portugal
Crédito da imagem: Luís Manuel Neve / Correio da Manhã