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Benfica luta para sair da espiral que leva à pior série europeia de sempre

O Benfica joga esta quarta-feira (20h hora Lisboa; às 17h, hora Brasília) frente ao Inter Milão, no Estádio da Luz, uma espécie de tudo ou nada para tentar assegurar o objetivo mínimo de continuar a lutar por manter-se nas provas da UEFA, agora por via da Liga Europa.

Com quatro derrotas em outras tantas jornadas do grupo D da Liga dos Campeões, a equipa de Roger Schmidt assume agora já “não há nada a fazer” em relação ao que já foi feito, pelo que resta uma alternativa: “Quando não podes jogar a Champions, o segundo melhor é a Liga Europa.”

E, na realidade, uma vitória diante do Inter seria um bom passo para garantir esse objetivo, embora desse jeito que, nesse cenário, o RB Salzburgo não vencesse a Real Sociedad, em Espanha. É que os austríacos venceram 2-0 na Luz, pelo que se os encarnados forem com os mesmos três pontos de distância para o jogo de dentro de duas semanas, na Áustria, será preciso às águias vencer por uma diferença superior a dois golos. Uma tarefa que seria muito complicada.

Mas além da questão imediata, o Benfica tem de olhar para este jogo com o Inter Milão, atual vice-campeão europeu, como uma grande oportunidade para inverter a espiral negativa onde caiu.

Afinal, após uma série de 13 jogos sem perder na época passada, os encarnados encontram-se numa série de seis jogos sem vencer (um empate e cinco derrotas), iniciada precisamente com a equipa italiana a 11 de abril, quando perdeu na Luz por 0-2, nos quartos-de-final da Champions.

Desde então, jogar na Europa tornou-se um pesadelo para Roger Schmidt e os seus jogadores, que não têm qualquer ponto esta época e só marcaram um golo.

Na prática, o Benfica está vertiginosamente a caminho da pior série de sempre nas competições da UEFA, que é de oito jogos sem vencer entre 4 de novembro de 1999 com uma desaire (1-2) na Luz com os gregos do PAOK Salónica e um empate 1-1 na Bélgica com o La Louvière, a 24 de setembro de 2003. Foram quase quatro anos, marcados pelos célebres 0-7 em Vigo e duas épocas em participar nas provas europeias (2001/02 e 2002/03).

Se não voltar a ganhar esta noite, o Benfica igualará, para já, a segunda pior série da sua história quando este sete jogos sem vencer, com Rui Vitória no comando, iniciada nos quartos-de-final da Champions com o Borussia Dortmund (0-4) em 2019/17, que foi prolongada em 2017/18, com as seis derrotas nos seis jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões, algo que poderá voltar a acontecer este ano.

É, pois, uma enorme espiral negativa que Schmidt terá de inverter para fugir a uma página negra da história do Benfica. E, para isso, o treinador alemão assume que a receita é a sua equipa “focar-se nela própria” frente a um adversário que diz ser “um dos melhores da Europa” neste momento, razão pela qual dá o mote: “É uma chance para ganhar um jogo.”

Tengstedt em vantagem

Em seis jogos com o Inter Milão para as provas da UEFA, o Benfica perdeu quatro (um deles na final da Taça dos Campeões em 1965) e conseguiu dois empates, sendo esta mais uma barreira histórica para ultrapassar.

“Será um novo jogo, no nosso estádio. Teremos uma nova oportunidade. O nosso objetivo é mostrar que aprendemos com os jogos anteriores e fazermos melhor. É difícil ganhar-lhes e marcar-lhes golos porque são muito compactos e disciplinados”, disse.

Sobre a equipa a utilizar, o treinador do Benfica não fez qualquer revelação, mas sempre foi dizendo que “Florentino e João Neves têm estado muito bem” no meio-campo, pelo que não deverá ser desta que Kökçü recupere a titularidade, e que tem “gostado da forma como o Morato tem estado no papel de lateral”.

“Este sistema deu-nos estabilidade nos jogos mais difíceis”, disse, deixando antever que o onze deverá ser para repetir, incluindo o avançado Tengstedt.

“Precisamos de um avançado bom taticamente, capaz de se envolver na pressão alta e em tudo o que precisamos, para ganhar ganhar a bola, ser ativo, agressivo e estar presente para combinar”, argumentou o alemão, parecendo indicar que o dinamarquês leva vantagem sobre Arthur Cabral e Petar Musa, até porque nos últimos jogos “fez as coisas bem”.

“Vemos o progresso que teve em relação ao momento em que chegou ao Benfica. Deu um passo grande”, assumiu Schmidt, garantindo, no entanto, que qualquer deles “tem de evoluir”.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem:  Pedro Rocha / Global Imagens