Depois da derrota há uma semana no Minho, o Benfica aproveitou o conforto de casa para voltar às vitórias, triunfando na Luz por 1-0 sobre o Portimonense, em jogo da 15.ª jornada da Liga portuguesa. Um penálti convertido por João Mário logo aos 8’ chegou para dar os três pontos ao líder do campeonato e uma injecção de confiança antes de receber o Sporting no derby da próxima ronda.
Já a formação algarvia, que entrou para defender, nunca se conseguiu libertar desse plano inicial de Paulo Sérgio e pode acabar a jornada bem abaixo do 8.º lugar que tinha.
Algo limitado nas suas opções, Roger Schmidt inovou um pouco em relação ao seu plano habitual. Sem Rafa e Enzo, mais Neres limitado (começou no banco), o técnico alemão lançou para o “onze” Chiquinho e Draxler, reposicionando Aursnes numa zona mais central, mantendo Ramos como principal referência ofensiva.
Já Paulo Sérgio, foi muito conservador nas suas opções, apenas com dois jogadores de características ofensivas no “onze”, o nigeriano Sapara e o brasileiro Yago. Era uma declaração de intenções bastante evidente: os algarvios estavam na Luz para defender.
O problema das estratégias super-defensivas é a dificuldade em mudar o chip quando falham logo no início, sobretudo porque o Benfica entrou em campo a pensar que tinha de marcar cedo. O primeiro minuto foi todo do Portimonense, que chegou com critério à área do Benfica e ganhou um canto – Yago ganhou nas alturas, mas cabeceou por cima. Depois, os “encarnados” pegaram no jogo e não descansaram enquanto não marcaram. E também não descansaram depois de marcar.
Aos 7’, Grimaldo recebeu na esquerda e meteu na área para Draxler, que, com a canela, rematou por cima. Nakamura não foi feliz na reposição da bola e, num ápice, Gonçalo Ramos apareceu-lhe à frente preparado para marcar. O japonês fez falta sobre o jovem ponta-de-lança e o árbitro não teve dúvidas em marcar penálti. Da marca dos 11 metros, João Mário atirou a contar e espantou as nuvens que pairavam na Luz.
O Benfica não abrandou depois do golo e queria mais. Pouco depois, aos 17’, novo penálti para os “encarnados”, desta vez a castigar uma falta indiscutível de Klismanh sobre Bah. Em vez de João Mário, avançou Aursnes para a conversão do castigo, mas, desta vez, quem ganhou o duelo foi Nakamura.
Até ao intervalo, o Benfica fez por dilatar o resultado, e o Portimonense nada fez por nivelar o marcador. Bem orientados por João Mário, os “encarnados” foram acumulando remates atrás de remates, uns para fora, outros para as mãos de Nakamura, e até houve um que acertou na trave – um cabeceamento de António Silva aos 19’. Pelo meio, o árbitro ainda assinalou mais um penálti, por suposta mão na bola de Filipe Relvas, mas reverteu a decisão após ver as repetições – a bola bateu-lhe na cabeça.
A margem mínima foi-se mantendo, resultado sempre perigoso para quem está na frente, mas a verdade é que o Portimonense pouco perigo criou na segunda parte – apenas um cruzamento que não teve seguimento, mas que podia bem ter dado o empate.
O Benfica terminou o jogo com 24 remates, o Portimonense apenas um – aquele que teve logo no primeiro minuto. Não fosse Nakamura e a falta de pontaria dos seus avançados, e o líder do campeonato teria saído do seu primeiro jogo em 2023 com uma vitória bem mais robusta.
Mas o Benfica precisava de uma vitória e de uma exibição convincente para se reafirmar como líder perante os adversários que estão sempre à espera de mais deslizes para se chegarem um pouco mais à frente. E, mesmo sem a goleada que o trabalho em campo merecia, os “encarnados” cumpriram em pleno.
Fonte: Jornal Público / Portugal
Crédito da imagem: Álvaro Isidoro / Global Imagens