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Banco de Portugal prevê melhoria forte do crescimento deste ano, mais emprego e turismo

O crescimento da economia portuguesa deverá ser visivelmente superior ao que se previa em dezembro, indica o Banco de Portugal (BdP), no boletim económico de março divulgado esta sexta-feira.

O emprego também ganha força, o desemprego baixa de forma evidente e a inflação alivia mais uns pontos, aproximando-se dos 2% em 2025.

De acordo com o boletim do Banco governado por Mário Centeno, a economia cresce 2% em 2024, previsão que contrasta com a de apenas 1,2% avançada há três meses, no boletim de dezembro. Depois cresce “2,3%, em média, nos dois anos seguintes”, em 2025 e 2026.

“Este crescimento beneficia do aumento do investimento e das exportações e supera o projetado para a área do euro”, diz o BdP.

Os consumidores deverão sentir-se menos pressionados pelos preços dos bens e serviços, já que “a inflação diminui para 2,4% em 2024, apesar de efeitos temporários sobre os preços dos bens alimentares e energéticos ao longo do ano”.

É um alívio substancial até porque a inflação média de 2023 cifrou-se nuns impressionantes 9,2%.

Em dezembro, o BdP previa uma inflação de 2,9% para este ano, com o país a convergir para o objetivo do Banco Central Europeu (BCE) em 2025 (inflação de 2%), previsão que se mantém intacta neste boletim de março.

“Em 2025, a inflação situa-se em 2%, e no ano seguinte, em 1,9%. A convergência da inflação para valores consistentes com a estabilidade de preços reflete menores pressões externas e os efeitos das decisões passadas de política monetária”, diz o Banco.

“No mercado de trabalho, o emprego deve continuar a crescer (0,7% em 2024 e 0,5% em 2025-26), tal como os salários reais”, valores superiores aos previstos em dezembro, que apontavam para uma virtual estagnação do emprego este ano (0,1%) e uma criação de emprego de apenas 0,3% no próximo.

“A taxa de desemprego deve manter-se estável”, em 6,5% da população ativa em 2024, uma previsão bastante inferior face à taxa de 7,1% avançada em dezembro último.

Menos juros e menos impostos diretos, diz Centeno

“O consumo privado cresce, em média, 1,9% em 2024-26, num contexto de ganhos de rendimento disponível real e de aumento da poupança”, explica o BdP, em comunicado.

“O rendimento disponível real das famílias sobe 4% em 2024 e 1,9% em 2025-26, beneficiando da descida da inflação e das expectativas de redução da taxa de juro, da dinâmica dos salários e das prestações sociais, e da redução dos impostos diretos”, acrescenta o Banco de Portugal.

O investimento, que é a variável que mais determina o emprego e o crescimento a prazo, “cresce 3,6% este ano e 4,8%, em média, em 2025-26, em reação à recuperação da procura global, ao alívio gradual das condições de financiamento e à maior execução financeira do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e de outros fundos europeus”.

Portugal “seguro” como potência turística

“As exportações mantêm-se como um dos principais motores do crescimento da economia. Sobem, em média, 3,6% em 2024-26 e dão um contributo (líquido de conteúdo importado) de 0,9 pontos percentuais (p.p.) para a variação média do PIB neste período.”

Neste quadro, o BdP destaca, claro, o maná do turismo, que deverá continuar a ir mais rápido do que a média das exportações. “Em 2024, o turismo deverá manter um dinamismo superior ao do total das exportações”, refere o Banco.

E acrescenta que “as perspetivas para o setor a nível mundial mantêm-se favoráveis e, num contexto de elevados riscos geopolíticos, as exportações de serviços deverão continuar a beneficiar da perceção de Portugal como destino turístico seguro”.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: www.observador.pt