Ricardo Leão, presidente da Câmara de Loures, defendeu esta quarta-feira, ao JN, que o hospital Beatriz Ângelo deve voltar “rapidamente” ao modelo de parceria público-privada (PPP), notando que “todos os indicadores pioraram” desde que passou para a esfera do Estado, há um ano.
Em alternativa, o Governo deve iniciar uma revisão legislativa para “dar autonomia ao gestor público”. Esta é a posição que leva, dia 7, à reunião com o ministro da Saúde. Quanto ao fecho noturno e ao fim de semana da urgência pediátrica, recusa que seja definitivo.
A solução obriga agora a que as crianças sejam atendidas nos hospitais de Santa Maria, Dona Estefânia e São Francisco Xavier, como anunciou a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, após a administração do hospital ter informado que a urgência pediátrica passa a funcionar de segunda a sexta-feira, das nove às 21 horas, por dificuldades em completar escalas. Manuel Pizarro disse terça-feira que ia fechar à noite porque “não há disponibilidade de profissionais”.
Após a Câmara ter aprovado por unanimidade uma moção contra o encerramento, numa posição que partiu da CDU, Ricardo Leão deixou um desafio ao ministro. “Das duas uma: ou o Governo inicia um processo de revisão legislativa para dar autonomia ao gestor hospitalar público, ou defendo que rapidamente se inicie o processo para voltar a haver uma PPP porque a experiência foi boa”, referiu o autarca socialista ao JN.
Chefes demitiram-se
Notando não ter qualquer “reserva ideológica” e recusando colocar “os interesses dos partidos acima da população”, recordou que o hospital de Loures serve também Odivelas, Mafra e Sobral de Monte Agraço. Sobre o fecho da urgência pediátrica, promete exigir “um horizonte temporal”.
O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha, admitiu que a administração está de “mãos atadas” para resolver a falta de pediatras, enquanto as comissões de utentes de Loures exigiram ao Governo medidas para reverter o fecho.
O dia foi também marcado pela demissão em bloco de 11 chefes de equipa da urgência geral do hospital Beatriz Ângelo devido à falta de condições. O ministro da Saúde prometeu “diálogo com esses profissionais para perceber as motivações” e como se pode “ajudar a superar as dificuldades vividas nesse hospital”.
Fonte: Jornal de Notícias / Portugal
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