ustou mas foi. O Benfica conseguiu o terceiro lugar no seu grupo na Liga dos Campeões, depois de vencer em casa do RB Salzburgo por 3-1, com o terceiro golo a pertencer ao tão contestado Arthur Cabral, que, um minuto depois de entrar em campo, já nos descontos, marcou e vestiu a capa de herói improvável das águias.
Um resultado justo para a excelente exibição dos encarnados, mas que esteve perto de não acontecer, muito por culpa de Rafa, que apesar de ter marcado um golo, desperdiçou outras quatro grandes ocasiões.
Recorde-se que o Benfica estava obrigado a vencer por, pelo menos, dois golos de diferença nesta última partida, de modo a assegurar a qualificação para o playoff de acesso aos oitavos-de-final da Liga Europa.
Com Tomás Araújo a ser a grande novidade no onze, rendendo o castigado António Silva, o Benfica começou em bom estilo, aproveitando os espaços concedidos pela jovem equipa austríaca e, aos 13 minutos, Rafa inaugurou a sua ode ao desperdício: isolado perante o guarda-redes Schlager, teve uma finalização desastrada, atirando para as nuvens.
O RB Salzburgo também esteve perto do golo aos 21″, mas Dorgeles, na cara de Turbin, falhou o remate acrobático, respondendo o Benfica com um lance em que Tengstedt não chegou por um triz a cruzamento de Di María, com a bola a passar a rasar o poste.
O argentino não marcou nessa ocasião, mas faturou logo a seguir e de uma forma pela qual já tinha ameaçado esta época: através de canto direto, com óbvias culpas para o guardião Schlager.
As águias estavam a um golo de conseguirem o terceiro lugar (desde que obviamente não sofressem nenhum) e Turbin começava a mostrar que, por ele, a baliza ia ficar inviolável, com uma defesa de grande nível, após remate de Ratkov.
Esta intervenção do guarda-redes ucraniano revelou-se de enorme importância, pois antes do intervalo Rafa ampliou para 0-2, colocando os encarnados mais perto da Liga Europa, no único lance em que revelou acerto na concretização. Uma jogada que começou numa excelente recuperação de bola de João Neves e que prosseguiu numa assistência perfeita de Di María.
Roger Schmidt fez uma substituição no recomeço, com Petar Musa a render Tengstedt. E os primeiros sinais da equipa portuguesa no segundo tempo foram positivos, impondo um estilo dominador, com a pressão alta que era a imagem de marca na época transata.
Rafa esteve muito perto de ampliar para 0-3 aos 52″ e o RB Salzburgo não conseguia encontrar soluções para penetrar na defesa do Benfica, mas de repente, sem que nada o fizesse prever, Sucic arrancou um portentoso remate de fora da área, com a bola a embater em Tomás Araújo e a trair Turbin. Era um castigo pesado para a boa exibição do Benfica e que voltava a deixar virtualmente a equipa de fora das competições europeias.
A segurança exibida pelo Benfica até então desapareceu e a partida entrou na sua fase mais interessante, com lances de perigo junto das duas balizas, e num deles, um pontapé de canto de Di María voltou a causar grande atrapalhação no guarda-redes dos austríacos, com Otamendi muito perto do 1-3. Entretanto, Turbin manteve o Benfica na discussão de um lugar na Liga Europa, com mais duas boas intervenções.
Schmidt lançou Gonçalo Guedes no lugar de Kökçü aos 68″, depois de mais uma exibição apagada do turco e, logo a seguir, a classe de Di María voltou a vir ao de cima, num remate em arco, de fora da área, ao poste.
Aos 75″ e aos 77″, Rafa voltou a desperdiçar duas boas ocasiões, saltando mais uma vez à vista as grandes dificuldades do avançado na hora de atirar à baliza, possivelmente a principal razão para nunca se ter transferido para um grande clube dos melhores campeonatos europeus.
Até ao final, o Benfica carregou em busca do golo que lhe valia a qualificação para a Liga Europa e apareceu em cena o recém-entrado Arthur Cabral, com um desvio artístico de calcanhar a cruzamento de Aursnes que permite ao clube da Luz permanecer nas competições europeias.
Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal