A quantidade de água armazenada na bacia hidrográfica do Barlavento Algarvio aumentou de 15,4% em janeiro para 20,7% em fevereiro, o que permitiu à região sair, finalmente, na zona a vermelho, a mais crítica, quando a percentagem armazenada é inferior a 20%.
Esta saída da zona vermelha, o que não acontecia desde julho de 2024, segundo os dados disponíveis no site do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH), não impede, contudo, que a bacia do Barlavento Algarvio continue a ser a que menor quantidade de água reserva, entre as 12 analisadas no país.
Os 20,7% ficam também bastante abaixo da média de armazenamento no mês fevereiro (período 1990/91 e 2023/24), que é de 70,1%. No entanto, comparando com o período homólogo, a bacia hidrográfica do Barlavento Algarvio está melhor do em fevereiro de 2024, quando tinha apenas 12,5% de água armazenada.

A boa notícia é que as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) apontam para que a região algarvia seja ‘brindada’ com períodos de chuva até, pelo menos, sexta-feira, dia 14, de acordo com o mapa disponível online (uma situação que, de resto, é comum ao resto do território de Portugal continental), o que reforçará a quantidade de água armazenada.

Olhando para o mapa nacional, os dados de fevereiro mostram que, além do Barlavento Algarvio, existem mais três bacias hidrográficas com um nível de água armazenada inferior à média: a do Mira (40,4% atuais vs. 73,6% de média), a do Arade (41,8% vs. 47,6%) e, mais a norte, a do Ave (67,4% vs. 76%).
As bacias do Tejo e Guadiana eram as que as que apresentavam maior volume de água, com 86,7% e 84,5%, respetivamente, seguidas do Douro (82,8%), Cávado (77,6%), Lima (75,9%), Mondego (74,8%), Oeste (74,7%) e Ave (67,4%). A do Sado é quarta com menor volume (61,9%), embora esteja acima da média em fevereiro (60,8%).

Entretanto, a ministra do Ambiente e Energia anunciou esta quarta-feira que a Comissão de Acompanhamento dos Efeitos da Seca irá reunir-se no próximo dia 10 em Faro, havendo condições para aliviar as restrições ao consumo, a exemplo do que já aconteceu em maio de 2024.
Maria da Graça Carvalho falava numa audição regimental da comissão parlamentar de Ambiente e Energia, na qual acrescentou que também será reforçado o financiamento à redução de perdas de água com destaque para a região do Algarve.
Fonte: Diário de Notícias (com Lusa) / Portugal
Crédito da imagem: Luís Forra / Lusa (arquivo)