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Aqui o vinho convive com a cultura

Há 25 anos, quando nasceu, a Quanta Terra queria marcar a diferença e, agora, na passagem desse aniversário, a produtora de vinhos do Douro comemora com uma exposição, que inclui uma obra de Vhils, e projeta a construção de uma adega, em Favaios, no concelho de Alijó.

“A nossa tarefa não é fácil porque somos homens de vinhos e não de arte”, admitem os enólogos Celso Pereira e Jorge Alves, que, em 1999, criaram a Quanta Terra e que, há dois anos, adquiriram uma destilaria da Casa do Douro, em Favaios, para construir uma adega mas acabaram por lá fazer nascer um espaço multicultural, onde promovem exposições, concertos, provas e fazem o envelhecimento de vinhos.
“É uma pequena empresa que quer contribuir para o acesso equitativo à arte e a democratização do espetáculo”, dizem, realçando que querem ser “um cartão de visita da qualidade do interior, das zonas demograficamente deprimidas”.
O espaço foi considerado um dos 11 melhores projetos de enoturismo a nível mundial, na categoria de arte e cultura, no âmbito dos prémios Best of Wine Tourism 2023.
E ontem, além de uma conferência sobre “Vinho e Cultura: Estratégias para Valorização do Interior”, inaugurou-se ali a exposição Técnica Ancestral, da plataforma cultural Underdogs, com 12 obras, uma das quais assinada por Vhils (Alexandre Farto). Tal como os restantes trabalhos que deram fama ao artista, este representa um rosto, mas a parede que lhe serve de suporte é feita com uma sobreposição de cartazes.
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A obra de VhilsDepois de Joana Vasconcelos, protagonista na inauguração do espaço, e da artista plástica holandesa Leni van Lopik, a nova mostra conta ainda com obras de AkaCorleone (Pedro Campiche), Pedrita Studio, PichiAvo, Raquel Belli e Vasco Maio.

As peças, com preços que variam entre os 1.750 e os 36.900 euros, estão espalhadas pela antiga destilaria, onde ainda se pode ver e entrar nas cubas de cimento onde era rececionado o vinho, numa harmonia perfeita entre a arte e a viticultura, e podem ser vistas de quarta-feira a domingo entre as 10h00 e as 17h30 até 15 de dezembro, numa visita que inclui uma prova de vinhos.

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A obra de AKACORLEONE
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A obra de Raquel Belli
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A obra de Pedrita Studio
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A obra de Vasco Maio. FOTO DR

“Tal como a produção de vinhos, a manifestação artística dos seres humanos também está presente desde os primórdios da sua existência. Nesta exposição selecionamos obras e artistas que referenciam o passado, tanto na técnica como no conteúdo das obras. Eles revisitam essas referências e contextualizam-na no mundo atual”, descreve em comunicado a Underdogs Gallery, curadora da exposição.

Trabalha com produtores locais

Os 25 anos da Quanta Terra celebram “a valorização do interior e a ligação do vinho à cultura como fator diferenciador neste caminho”, e apontam para o futuro, nomeadamente para a construção de uma nova adega, num terreno próximo, que já tem projeto aprovado e um investimento previsto de cerca de 200 mil euros.

“Contudo, vamos continuar a privilegiar o trabalho de seleção de uvas, o trabalho que nós temos há mais de 25 anos com os mesmos lavradores”, sublinhou à Lusa Celso Pereira.

“E que faz com que nós possamos construir e lançar para o mercado produtos com muita qualidade e inovadores”, disse, dando como exemplo o lançamento, nos últimos cinco anos, de um vinho rosé feito com a casta pinot noir plantada no planalto ou um vinho branco com seis anos de estágio em barrica.
“Temos vindo sempre a inovar, preservando a nossa identidade”, frisou, anunciando para este ano o lançamento de duas colheitas especiais, um branco de 2007, que esteve em barrica até ao engarrafamento em 2024, e um espumante da casta pinot noir.
Fonte e crédito das imagens: Diário de Notícias / Portugal