O grupo Vila Galé inaugurou seu 13.º hotel no Brasil, desta vez em Belém, no Estado do Pará, na passada sexta-feira, no ano em que celebra 25 anos de presença no país.
Fruto de um investimento de 180 milhões de reais (cerca de 30 milhões de euros), o Vila Galé Amazônia resultou da restauração e reestruturação dos armazéns 7, 8 e 8A do Porto Futuro II, local onde se desenvolviam as atividades portuárias de Belém.
Agora, os edifícios albergam uma unidade hoteleira de 227 quartos, cujo tema central passa por celebrar a mulher, homenageando figuras de várias áreas, mas também a história da cidade. Acrescem valências como três salas de eventos, um spa satsanga, restaurante, bar e uma piscina exterior.
Após um período de obras de 11 meses, o hotel surge a tempo de fazer face à procura de alojamento para a COP 30, que este ano decorre de 10 a 21 de novembro em Belém do Pará.
Contudo, e em conferência de imprensa aquando desta inauguração, Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo Vila Galé, assegura que a aposta neste hotel “não vive só da COP30”, explicando que o evento se assumiu como uma meta do grupo para “marcar a abertura” da unidade.
“O que estes eventos têm de positivo não é tanto aquilo que são capazes de produzir no momento em que acontecem. Todos eles são eventos com alguma notoriedade internacional e nacional, que trazem uma maior comunicação da marca e do destino”.
“Se os destinos quando recebem estes eventos aproveitarem para trabalhar a marca do ponto de vista do que há atrativo para fazer – que Belém, no fundo, se está a posicionar como uma cidade capaz de receber outros grandes eventos internacionais – há um potencial acrescido de não ficar só com este evento”, afirma Gonçalo Rebelo de Almeida.

Em entrevista à Publituris Hotelaria, Gonçalo Rebelo de Almeida antevê que o hotel atraia 90% de mercado interno, apoiado pela “dinâmica empresarial e corporativa” da cidade, “pelo menos durante a semana de turismo de negócios”. A expectativa é a de que, em 2026, seja possível passar dos 50% de ocupação no Vila Galé Collection Amazónia.
Com uma base de 1,5 milhões de clientes a passarem pelos hotéis do grupo, o “trabalho de divulgação na Europa” deste destino também está em vista.
“Conseguimos sempre trazer algum mercado português para vir conhecer estes destinos novos, como já está a acontecer com Ouro Preto. Vender [este hotel] em Portugal será muito com o plano de mostrar os novos atrativos da cidade e da requalificação de algumas zonas de Belém, mas também vendê-lo como uma das portas para a Amazónia”, afirma.
Com a abertura desta unidade, o grupo passa a contar com três hotéis da marca Collection, o seu segmento premium, no Brasil, juntando-se assim aos hotéis Vila Galé Collection Sunset Cumbuco e Vila Galé Collection Ouro Preto.
Investir no turismo
Após 11 meses de obras de reconstrução, e admitindo que “é de facto muito difícil abrir um hotel neste prazo”, Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé, afinca que o “património histórico é um dever que todos nós temos”.
Em conferência de imprensa, o presidente do grupo apontou para a necessidade de o Brasil apostar mais no turismo, por oposição à indústria extrativa, sendo da opinião de que, no caso de Portugal, foi o turismo que “o tirou do fosso em que estava de marasmo económico”.
“O melhor negócio que o Brasil tem para fazer neste momento é o turismo, porque as atividades extrativas criam problemas ambientais. O turismo também pode criar problemas ambientais, se não for feito de uma forma equilibrada, ponderada e com algum rigor técnico”.
“Mas, genericamente, cria muito menos problemas ambientais do que qualquer indústria. Aquilo que o turismo tem de positivo para um país como o Brasil, [à semelhança de Portugal], é que em Portugal foi o turismo que o tirou do fosso em que estava de marasmo económico”, defende Jorge Rebelo de Almeida.
“Terminámos, mas não descansámos”
Na inauguração desta recente unidade, Jorge Rebelo de Almeida assegura: “Terminámos, mas não descansámos”, reportando-se aos hotéis na calha para os próximos anos.
Em território brasileiro, o grupo Vila Galé tem em vista mais quatro hotéis até 2027, nomeadamente o Vila Galé Collection São Luís; o Vila Galé Collection Maranhão; o Vila Galé Collection Coruripe Alagoas e o Vila Galé Nep Kids Coruripe Alagoas.
No Brumadinho, e como já anteriormente noticiado, o grupo estabeleceu um protocolo para a abertura de um hotel próximo a Inhotim, um projeto que o grupo refere estar ainda “pouco desenvolvido”, uma vez que ainda se encontram a “fechar o acordo quanto ao terreno com a prefeitura”.
À lista acrescem cinco futuros hotéis em Portugal até 2027: o Vila Galé Miranda do Douro; o Vila Galé Penacova; o Vila Galé Paço Real de Caxias, em Oeiras, e o Vila Galé Tejo, na Quinta da Cardiga. Um novo projeto no Palácio Almada Carvalhais no Conde Barão, em Lisboa, também está nos planos do grupo.
*O Publituris viajou até Belém, no Pará, Brasil, a convite do grupo Vila Galé e da TAP Air Portugal.
Fonte e crédito das imagens: www.publituris.pt