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Após críticas, Lula condena “violação da integridade territorial” da Ucrânia

Além de defender uma “solução política e negociada” para a guerra, o presidente brasileiro condenou esta terça-feira a “violação da integridade territorial” da Ucrânia. É a primeira vez que Lula da Silva condena, de forma clara, a invasão do território ucraniano pelas forças de Moscovo.

A mais recente posição do presidente do Brasil, que está prestes a iniciar uma visita oficial a Portugal, acontece depois de ter sido criticado pela Casa Branca e por Bruxelas quando declarou que os EUA e a União Europeria contribuíram para a escalada do conflito ao fornecerem armas a Kiev.

As novas declarações de Lula da Silva sobre o conflito, em curso desde 24 de fevereiro de 2022, foram proferidas durante um almoço no Palácio do Itamaraty com o presidente da Roménia, Klaus Werner Iohannis.

“Ao mesmo tempo que o meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Falei da nossa preocupação com os efeitos da guerra, que extrapolam o continente europeu”, disse o presidente brasileiro, citado pelo site G1, da Globo.

Recorde-se que Lula da Silva, após uma visita à China, atribuiu aos Estados Unidos e à União Europeia a responsabilidade da escalada do conflito ao fornecerem armas à Ucrânia, o que gerou críticas por parte de Kiev, dos norte-americanos e europeus.

O mais enfático foi o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, que acusou Lula da Silva de “papaguear” propaganda russa e chinesa sobre a guerra na Ucrânia sem ter parado para estudar “os factos”.

“É profundamente problemática a forma como o Brasil abordou esta questão, tanto substantiva como retórica, ao sugerir que os Estados Unidos e a Europa não estão de alguma forma interessados na paz ou que partilham a responsabilidade pela guerra”, disse Kirby.

Lula da Silva defendeu no sábado que os Estados Unidos devem parar de “encorajar a guerra” na Ucrânia e a União Europeia deve “começar a falar de paz”.

Depois de ter oferecido um almoço ao chefe de Estado romeno, um país da NATO, da União Europeia e que fez parte da União Soviética, o presidente brasileiro garantiu ter ouvido “com muito interesse as considerações do presidente Iohannis sobre a guerra na Ucrânia, país com o qual a Roménia compartilha mais de 600 quilómetros de fronteira”.

No encontro com o sei homólogo romeno, o presidente brasileiro reiterou a necessidade de “criar urgentemente um grupo de países que tente sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz”.

Na declaração conjunta dos dois países, os chefes de Estado reafirmaram o compromisso com o Direito Internacional, a Carta das Nações Unidas, “a promoção e proteção da paz e da segurança internacional, dos direitos humanos, o compromisso com a democracia e o estado de direito”.

Na nota divulgada pela presidência brasileira, os dois países destacaram a “necessidade de fazer avançar, no âmbito da ONU, a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, uma das ambições da nova política externa brasileira de Lula da Silva, que pretende ver o seu país no conselho.

O chefe de Estado brasileiro realiza uma visita oficial a Portugal, entre os próximos dias 22 e 25 de abril. Lula da Silva irá participar na cimeira luso-brasileira e terá uma receção na Assembleia da República, na manhã do dia 25.

Fonte: Diário de Notícias e Lusa / Portugal

Crédito da imagem: André Borges / EPA