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António Costa diz que houve “um mal-entendido” de Zelensky sobre adesão

O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta quarta-feira que houve um mal-entendido do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre a vontade que a Aliança Atlântica tem de um dia acolher o país como Estado-membro.

“Houve, seguramente, um momento de mal-entendido visto que a declaração, obviamente, resulta de um convite que existe, e a reafirmação de todos que a Ucrânia possa ser membro logo que possível, pressupõe naturalmente um convite”, afirmou António Costa, em declarações aos jornalistas no final da Cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Vilnius, na Lituânia.

No entanto, o primeiro-ministro ressalvou que a adesão da Ucrânia à NATO só vai ser possível “quando as condições estiverem reunidas”.

Portugal subscreveu garantias dadas pelo G7 à Ucrânia

António Costa anunciou que Portugal subscreveu as garantias de segurança dadas à Ucrânia pelos países do G7, ressalvando que ainda vai ser discutido como é que o país pode ajudar a assegurá-las.

“A declaração abre agora um período a partir do qual se iniciarão contactos entre os parceiros para se definir em que medida é que cada um participará nas garantias futuras de segurança da Ucrânia”, sustentou o primeiro-ministro.

Questionado sobre o tipo de apoio que Portugal está disponível para prestar, António Costa respondeu que “é prematuro” falar sobre isso.

“Temos procurado contribuir para a segurança da Ucrânia das formas mais diversas, temo-lo feito do ponto de vista militar, do ponto de vista financeiro, político, diplomático, também do ponto de vista da cedência de equipamentos e através da formação, designadamente agora de pilotos F-16”, acrescentou.

Sobre a formação de pilotos ucranianos, apesar de ainda não haver uma data concreta para o início, António Costa referiu que o país “está em condições, há bastante tempo, de a iniciar”.

Durante a cimeira, os 31 Estados-membros da NATO também concordaram em aumentar o número de militares em prontidão ao serviço da Aliança Atlântica e o chefe do executivo português explicou que apenas falta “definir qual é o empenho que vai ser solicitado a cada país”.

“Já temos [militares empenhados ao serviço da NATO] e vamos, seguramente, ter mais, tendo em conta esse aumento daquilo que é a capacidade de mobilização”, acrescentou o primeiro-ministro.

Numa mensagem na rede social ‘Twitter’, publicada no final de terça-feira, o primeiro-ministro adiantou que Portugal vai reforçar em um milhão e meio de euros a comparticipação no fundo da NATO “para a parceria com os países da vizinhança sul” da Aliança e acrescentou que o país vai participar no novo Fundo para a Inovação, constituído durante esta cimeira.

Durante a cimeira, o chefe do executivo português teve várias reuniões e encontros bilaterais, nomeadamente com o Presidente da Coreia do Sul, Yon Suk-yeol, após a sua recente visita a Seul, salientando numa mensagem no ‘Twitter’ que já são visíveis “resultados concretos no reforço do relacionamento bilateral, da economia à cooperação, com boas perspetivas de um maior aprofundamento”.

Numa bilateral com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, Costa debateu “relações económicas e bilaterais”, a comunidade portuguesa no país e “possibilidades de cooperação conjunta em projetos trilaterais”.

Da parte do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, Costa disse ter ouvido um agradecimento ao país e o reconhecimento “pelo excelente trabalho dos bombeiros portugueses no combate aos incêndios no Canadá”.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Ludovic Marin / AFP