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António Costa: “Demissões não tiveram nenhuma consequência na vida dos portugueses”

António Costa lembrou esta segunda-feira que tem enfrentado e ultrapassado muitos exigentes ao longo de sete anos de governação e defendeu a alternação orgânica que transformou o Ministério da Habitação e infraestruturas em dois ministérios, assim como a escolha dos novos ministros.

“Ao longo destes sete anos de governação tenho enfrentado momentos muito exigentes: recuperação financeira, pandemia, inflação, crise económica… em todos estes momentos muito difíceis foi sempre possível ultrapassar as dificuldades e assegurar a estabilidade das políticas. Essa estabilidade das políticas é fundamental.

“Temos mantido uma trajetória de crescimento e convergência com a União Europeia. Há um ano, ninguém sabia o que nos esperava em 2022, mas conseguimos o segundo maior crescimento da UE e com uma situação em que as famílias e as empresas fizeram um grande esforço para enfrentar essa situação de crise”, começou por dizer o primeiro-ministro.

“Em 2023 prevê-se um ano muito exigente, pela contração da economia à escala global e em muitos dos nossos parceiros económicos. É importante garantir a boa execução do investimento público. É nesse contexto que propus hoje ao Presidente da República, que aceitou, uma alteração orgânica.

“A habitação é uma preocupação central na sociedade, mas por outro lado é necessário dar executar projetos previstos para as infraestruturas, nomeadamente para a ferrovia. Marina Gonçalves e João Galamba têm experiência na governação e dão garantias”, acrescentou, acerca dos novos ministros.

Sobre o facto de se tratar de duas escolhas dos aparelhos do PS e do Governo, em detrimento de um recurso a alguém da sociedade civil, António Costa garante que tem mantido “sempre um bom equilíbrio” e que queria dois ministros com “experiência governativa” e que dessem “garantias”.

“Escolhas do aparelho? É essencial execução ao que está em curso. Decidi escolher duas pessoas que por terem experiência governativa, darem garantias e estarem habituadas às práticas burocráticas, não serão um fator de pausa, mas sim de energia renovada na execução do investimento público nas infraestruturas e na habitação. Os meus governos tiveram sempre um bom equilíbrio. Dos 55 membros do Governo, cerca de um terço não tinham exercido qualquer cargo político”, justificou o primeiro-ministro.

“João Galamba tem sido um bom secretário de Estado da Energia e tem mostrado boa capacidade para executar, que é o que o ministério das Infraestruturas precisa. Por isso, acho que é a escolha certa no lugar certo. Marina Gonçalves imprimiu uma boa dinâmica à política de habitação. Quando relançámos a política de habitação, que não existia, começámos pelas fundações. Marina Gonçalves tem condições para continuar com esta política”, acrescentou, na resposta a uma pergunta posterior de um jornalista.

António Costa disse ainda que a mensagem do Presidente da República não deu ao Governo uma “responsabilidade acrescida”. Não senti. A confiança que os portugueses depositaram no PS e em mim próprio é uma grande responsabilidade. A responsabilidade de governar é uma responsabilidade pesada. Precisamos de entregar bons resultados aos portugueses, frisou, rejeitando a saída do ministro das Finanças, Fernando Medina.

O primeiro-ministro desvalorizou ainda as onze demissões que já ocorreram desde que o atual Governo tomou posse. “Não podemos confundir tudo. Há um secretário de Estado que saiu do Governo por um problema de saúde. O que é fundamental no Governo é a estabilidade das políticas. Essas demissões não tiveram nenhuma consequência na vida dos portugueses mas sim na vida do Governo”, afirmou.

Sobre a TAP, António Costa referiu que a companhia aérea está a voar, a administração está em funções e em breve vai apresentar os resultados de 2022, que será uma boa notícia”. “A TAP teve de ser intervencionada pelo Estado, tal como outras companhias aéreas noutros países, como a Lufthansa, que foi nacionalizada pela Alemanha”, aditou, garantindo não estar arrependido pela compra da TAP.

António Costa falou à comunicação social após terem sido divulgados os nomes de dois novos ministros do Governo, anunciou o seu gabinete.

Estas declarações foram feitas menos de duas horas após o anúncio de uma remodelação no executivo para substituir o ministro das Infraestruturas demissionário, Pedro Nuno Santos.

Costa falou a partir das instalações do antigo Ministério do Mar, em Algés, onde se tem reunido o Conselho de Ministros.

Os atuais secretários de Estados João Galamba e Marina Gonçalves foram escolhidos para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, respetivamente, segundo uma nota publicada no portal da Presidência da República na Internet.

Com esta opção, aceite pelo Presidente da República, o líder do executivo separa as pastas das Infraestruturas e da Habitação, áreas que até agora foram acumuladas pelo ministro cessante Pedro Nuno Santos.

Neste XXIII Governo Constitucional, João Galamba tem desempenhado as funções de secretário de Estado do Ambiente e da Energia, enquanto Marina Gonçalves tem exercido o cargo de secretária de Estado da Habitação.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: António Pedro Santos / LUSA