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Albuquerque perde maioria, mas PAN e IL não recusam entendimentos

A sondagem da RTP/Universidade Católica deixou todos em suspenso. E a “apreensão” foi transversal nos dois lados da barricada política. A coligação PSD/CDS oscilava entre perder a maioria absoluta, construída em 2019 com o acordo pós-eleitoral entre centristas e social-democratas, ficando com menos um deputado ou conseguir o que tanto Miguel Albuquerque pediu exigindo “responsabilidade” aos eleitores.

O cenário de perder a maioria abria portas a uma nova liderança do PSD-M. Albuquerque passou parte da campanha a garantir que não ficaria no Governo, nem a liderar o seu partido se não lhe dessem “uma maioria absoluta”. As atenções viraram-se naturalmente para Pedro Calado, autarca do Funchal e ex-vice de Albuquerque, que Alberto João Jardim considera, como já referiu ao DN, “o futuro”.

Albuquerque perde maioria, mas PAN e IL não recusam entendimentos

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A contagem ia a meio e a “apreensão” continuava. “Com o CDS valemos menos”, desabafava um dirigente regional do PSD. “O Funchal é que vai decidir, vai ser voto a voto”, garantia. A questão não era a vitória, era a “maioria absoluta, o efeito Chega”. E a dúvida crescente era partilhada por dirigentes regionais e nacionais.

No PS, igual “apreensão”. O partido poderia ficar entre os 9 e os 12 deputados, caindo dos 19 eleitos em 2019, e voltando ao patamar de 1988 a 2000. Um dirigente socialista não escondia a “insatisfação” porque o partido “tinha perdido para os mais pequenos” e não “tinha ganho” à coligação PSD/CDS – hipótese que nem na última semana esteve nos horizontes socialistas. E a liderança de Sérgio Gonçalves? Os sinais internos dividiram-se, à medida que as sondagens foram saindo nos últimos meses, entre os que defendem a continuidade – “não podemos continuar a queimar líderes de dois em dois anos” – e os que acreditam, poucos, no contrário.

Albuquerque perde maioria, mas PAN e IL não recusam entendimentos

Às 21.30 surgiu um sinal de alerta no PSD/CDS. Os dois partidos da coligação tinham precisamente o mesmo número de deputados já eleitos (17) quando comparado com 2019.

O secretário-geral dos comunistas foi o primeiro dos líderes a falar, logo depois das 21.45, e garantia que PSD/CDS não iriam “ter a maioria absoluta”, que era preciso acabar com “a promiscuidade”. A “apreensão” cresce.

Às 22.02 começa a correr que “não há maioria absoluta”, que a “população deu uma cartão vermelho” a Miguel Albuquerque.

22.05. É oficial. A coligação PSD/ CDS perde a maioria por um deputado. Ambiente pesado no quartel-general da coligação. Falta que Albuquerque cumpra a promessa: anunciar que não governa nestas condições e demitir-se da liderança do partido. A oposição de esquerda somada, excluindo Chega (4) e IL (1) , não tem deputados para formar uma nova maioria [são 19], uma geringonça madeirense.

22.19. Sérgio Gonçalves assume que “ficou aquém dos seus objetivos”, mas reforça que o seu partido continua a ser “a única alternativa”. E pergunta, dirigindo-se a Miguel Albuquerque: “Pela primeira na vida vai cumprir a sua palavra e demitir-se nesta noite?”.

22.36. Uma surpresa. A líder eleita do PAN quando questionada se poderia ser a deputada que falta ao PSD/CDS diz que “todas as portas estão abertas”, mas não explica mais nada.

23.07. Quem pensava que Albuquerque iria cumprir a promessa dezenas de vezes repetida ficou desiludido. “Ganhámos em 52 das 54 freguesias (…) seria irresponsável não reconhecer esta vitória” e anunciou “um Governo de maioria parlamentar” que exclui o Chega. Nem PAN, nem IL fecham as portas a entendimentos.

Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal