O deputado social-democrata José Pedro Aguiar-Branco foi esta quarta-feira eleito presidente da Assembleia da República na sequência de um acordo entre PS e PSD, que prevê que, ao fim de dois anos, seja um candidato socialista a assumir a liderança parlamentar.
José Pedro Aguiar-Branco foi eleito por Viana do Castelo e foi ministro da Defesa durante o último Governo de Pedro Passos Coelho.
As primeiras palavras de Aguiar-Branco foram para o deputado do PCP António Filipe, que assumiu o cargo de forma provisória. Para Aguiar-Branco, o deputado comunista assumiu o cargo com “elevada competência, sentido de estado e dignidade”.
Logo a seguir, ao fim de dia e meio de impasse para escolher quem conduzirá os trabalhos no Parlamento ao longo da legislatura, Aguiar-Branco defendeu que “não devemos desistir da democracia”. “Eu não desistirei”, rematou.
“Se não somos capazes de nos entender na casa da democracia, que exemplo estamos a dar para fora”, questionou o novo líder do Parlamento, de forma retórica, apelando a consensos futuros.
Aguiar-Branco foi eleito com 160 votos a favor. O outro candidato, o deputado Rui Paulo Sousa, do Chega, recebeu, expectavelmente, 50 votos, os correspondentes ao número de deputados do partido liderado por André Ventura.
“Esta casa não é a casa dos cenários e dos comentários, é a casa das políticas que no concreto afetam os portugueses”, considerou Aguiar-Branco.
As comissões parlamentar de inquérito “não podem ser o cartão de visita deste plenário”, disse o presidente da Assembleia da República, defendendo também que o trabalho parlamentar não deve ser “espetacularizado”.
“Nos 50 anos de Abril, mais do que nunca, temos de mostrar às pessoas” como é o trabalho no Parlamento, afirmou, defendendo que é uma tarefa que cabe a todos.
“A democracia é de uma magnífica fragilidade”, alertou Aguiar-Branco, a terminar.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Leonardo Negrão / Global Imagens