Pesquisar
Close this search box.

Açores. Coligação PSD-CDS-PPM vence. Maioria absoluta depende do Chega

A coligação PSD-CDS-PPM, liderada por José Manuel Bolieiro, venceu este domingo as eleições regionais açorianas. Com 26 deputados eleitos, não conseguiu, no entanto, maioria absoluta (o Parlamento Regional tem 57 deputados ao todo, fazendo-se a maioria com 29).

O grande derrotado da noite foi o PS, que passou de 25 deputados para 23, tornando-se na segunda maior força , algo que já não acontecia desde 1996.

Já o maior crescimento foi para o Chega. O partido de André Ventura passou de dois eleitos para cinco. E, mais do que isso, do Chega fica agora inteiramente dependente uma maioria absoluta à direita, em entendimento com a coligação vencedora.

A IL manteve um eleito, bem como o PAN e o BE (que perdeu um deputado). Por escassas cinco dezenas de votos, a CDU, mais uma vez falhou a eleição de um deputado, apesar de um ligeiro crescimento em número absoluto de votos.

O resultado colocou um outro cenário em cima da mesa: o de o futuro Governo de Bolieiro ser viabilizado não por acordo com o Chega, mas por abstenção do PS.

Vozes como a do deputado socialista à Assembleia da República Pedro Delgado Alves defendiam que o PS deveria viabilizar no Parlamento Regional um Governo minoritário liderado por Bolieiro, fazendo com que este não tivesse de negociar qualquer apoio com o Chega (que agora exige ir para o Governo em vez de se limitar a um acordo de incidência parlamentar, como o que fez nas legislativas regionais de 2020).

Pelas 20.00 horas do continente, a projeção realizada pela Universidade Católica para a RTP e para a Antena 1 apontava para a vitória da coligação PSD-CDS-PPM nas eleições regionais dos Açores.

A dúvida, tendo em conta a margem (40% a 45%, 25 a 31 deputados em 57), seria a de alcançar, ou não, a maioria absoluta. A mesma projeção dava entre 19 e 25 votos ao PS (em 2020 venceu com 25 eleitos).

O Chega era, nessa altura, a quem se apontava o maior crescimento, podendo eleger entre quatro e oito deputados (em 2020 elegeu dois), com percentagens de oito a 11 por cento (5% há quatro anos).

Na contabilidade das ilhas, verificou-se que nas Flores o PS tinha ganho um deputado à “AD”. No Corvo, Faial, Pico, São Jorge e Santa Maria tudo permaneceu na mesma, quando comparando com 2020. Na Graciosa, o PS perdeu um deputado (tinha dois) e a “AD” ganhou um (passou de um para dois). Na Terceira, com dez deputados ao todo, o PS ficou com um eleito a menos, passando de cinco para quatro. Esta perda deu-se para o Chega.

O conjunto PSD/CDS/PPM manteve na Terceira a mesma representação de há quatro anos, cinco deputados. Em S. Miguel, o PS perdeu um deputado (passou de nove para oito) e a “AD” cresceu de nove para dez. O Chega subiu de um para dois.

Pelas 23.00 horas, o líder nacional do Chega, André Ventura, salientava numa conferência de imprensa em Lisboa, a “grande vitória” do seu partido nos Açores. Ao mesmo tempo, salientava, repetidas vezes, que a condição para o Chega viabilizar uma solução de “estabilidade” nos Açores liderada por José Manuel Bolieiro era um “acordo governativo” com o seu partido.

Ou seja: o Chega ou vai para o Governo Regional ou não dá maioria à coligação PSD/CDS/PPM. “Nem coloco a hipótese de isto não ser  possível”, dizia André Ventura.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Eduardo Costa / LUSA