Acordo entre UE e Mercosul deve ser assinado em 20 de dezembro

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, aprovado em dezembro de 2024, deve ser assinado no dia 20 de dezembro.

O chanceler disse a jornalistas nesta quarta-feira que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reafirmou sua certeza de que o acordo será assinado nesta data, no Rio de Janeiro.

No início de setembro, após uma conversa com a presidente da Comissão Europeia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou a expectativa de que o acordo entre Mercosul e União Europeia fosse assinado no final deste ano, segundo comunicado do Palácio do Planalto.

A UE e o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai chegaram a um acordo para criar o maior acordo comercial da história da UE em dezembro passado, cerca de 25 anos após o início das negociações.

Entenda o acordo UE-Mercosul

O acordo entre os dois blocos comerciais foi fechado no ano passado, mas ainda precisa ser ratificado pelos países da Europa, onde há resistências, especialmente da França.

O acordo prevê adotar o livre-comércio entre os dois blocos, envolvendo mercadorias como produtos agrícolas, alimentos e aeronáutica. Cada item terá cotas de importação e exportação.

Um estudo feito pelo  Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em 2024, aponta que o acordo deve aumentar o PIB brasileiro em média em 0,46% ao ano, o equivalente a US$ 9,3 bilhões anuais, de 2024 a 2040.

O ganho se deverá não só ao aumento de exportações, mas também de novas parcerias e acesso dos brasileiros a insumos europeus e novas tecnologias.

Para o agro, o crescimento da produção a ser gerado pelo acordo deverá ser de 2%, ou US$ 11 bilhões anuais. A maior parte deste ganho (75%) se dará em quatro setores: carne de suínos e de aves, pescado e preparos alimentares, óleos vegetais e gado vivo.

“Apenas as carnes de suíno e aves estão entre os [produtos] que iriam se beneficiar com aumento de cotas de exportação. Nos demais, como carne bovina, açúcar e arroz processado, as cotas adicionais não se reverteriam em grande aumento de produção. Isso porque as exportações para a União Europeia não representam uma fração elevada da exportação total ou da produção doméstica”, aponta o estudo do Ipea.

O Brasil aumentará suas exportações totais em cerca de 3%. O avanço será gradual, partindo de 0,9% em 2025 até atingir o valor máximo, de 3,4%,  em 2034. Depois, se estabilizaria na faixa de 3% nos anos seguintes, prevê o Ipea.

Fontes: www.infomoney.com.br / Revista Exame

Crédito da imagem: Diário do Comércio / Reprodução