O ministro espanhol dos Transportes e da Mobilidade Sustentável, Óscar Puente, garantiu hoje em Pontevedra, na Galiza, que a ligação ferroviária da região a Portugal permanece “absolutamente necessária e prioritária” para o Governo de Madrid.
“Vamos continuar com todas as tramitações”, sublinhou Óscar Puente, citado pela agência Efe, referindo-se ao traçado da saída sul de Vigo, um túnel rumo a Portugal que “está em fase de estudo”.
A última etapa a ser lançada foi a elaboração do estudo geológico sobre o traçado, um documento que será anexado ao estudo informativo pedido pelo Governo espanhol.
Em maio, o Governo espanhol adjudicou a realização de um estudo para a saída sul de Vigo, um troço ferroviário de alta velocidade entre a cidade e Valença, no distrito de Viana do Castelo, parte da linha projetada que ligará a Galiza ao Porto.
Quanto a prazos dentro do processo do estudo prévio, o governante recusou assumir “compromissos artificiais a médio e longo prazo”.
Quando se completar o estudo informativo e, posteriormente, esteja feito o projeto, “falar-se-á da obra”, disse o governante espanhol, que defendeu que Madrid “continua a dar os passos que estão marcados” para cumprir o seu compromisso.
Para Espanha, segundo Óscar Puente, as conexões com Portugal e França são “fundamentais” e serão analisadas em cimeiras bilaterais com ambos os países.
As ligações com Portugal potenciam-se não só na Galiza, mas também noutras comunidades fronteiriças espanholas, como Castela e Leão e Estremadura, tendo o ministro adiantado que já trabalha na comunicação de mercadorias entre Lisboa e Valência.
“As infraestruturas com os dois países mais próximos são muito importantes e vamos apostar firmemente nelas”, garantiu.
Em 07 de novembro, a Infraestruturas de Portugal (IP) apontou para 2027/2028 o arranque das obras da ligação ferroviária de alta velocidade entre Porto e Vigo, revelando que decorrem já estudos nos dois países.
“A previsão é que tudo esteja pronto para que em 2027/2028 as obras possam arrancar”, afirmou Carlos Fernandes, vice-presidente da IP, à margem das jornadas Redes de Transporte e Logística na Fachada Atlântica, organizadas pela Associação Espanhola de Transporte e pelo Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular.
O responsável referiu que a obra “dificilmente estará concluída em 2030”, mas observou que nada obriga a que só fique pronta em 2040, o prazo estipulado pela União Europeia para concluir a “rede alargada do corredor atlântico transfronteiriço”.
O projeto de alta velocidade Lisboa-Porto, com um custo estimado de cerca de 4,5 mil milhões de euros, prevê uma ligação entre as duas cidades numa hora e 15 minutos, com paragem possível em Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia.
Paralelamente, está também a desenvolver-se a ligação Porto-Vigo, dependente da articulação com Espanha, com nova ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e troço Braga-Valença (distrito de Viana do Castelo).
Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal