O presidente do PSD, Luís Montenegro, voltou este sábado a reafirmar a sua inocência em relação às obras de remodelação da sua casa, em Espinho, que são alvo de um inquérito do Ministério Público por alegados benefícios fiscais.
Em conferência de imprensa na sede do partido no Porto, o líder social-democrata disse que não se sente “minimamente condicionado para desempenhar as funções” e que, enquanto houver um inquérito judicial aberto, esta será a última vez que se irá pronunciar sobre o caso.
Referindo que não pediu “nem aceitaria” um benefício fiscal, Montenegro disse que também não pode abdicar daquilo que são as regras a que os cidadãos estão obrigados. “Tive o mesmo tratamento que todo e qualquer outro cidadão”, garantiu.
Falando um dia depois de a Procuradoria-Geral da República ter anunciado a abertura de três inquéritos ao caso com base numa denúncia anónima, Luís Montenegro disse que “esta é a oportunidade” de tirar de cima de si e da família “um peso de deturpações e calúnias” que há um ano lhe “caem em cima”.
Garantindo que “cada cêntimo foi pago” do esforço do seu trabalho e da sua mulher, Montenegro afirma que “cada fatura respeitou as regras fiscais e legais” em vigor na altura.
“Repudio todas as insinuações sobre os custos e pagamentos da obra. Não há nada de anormal, nem mal explicado”, afirmou. E, tendo à mão um dossiê que disse conter toda a informação sobre o caso, Montenegro referiu que “havendo um inquérito judicial, toda esta informação vai ser entregue” à justiça.
O presidente social-democrata saudou também a abertura do inquérito, afirmando que “a justiça é o último reduto daqueles que não querem ser esclarecidos” e que tem confiança nas instituições judiciais.
Dizendo que continua focado no caminho que levará o PSD a uma “expressiva vitória” nas Legislativas de março, Luís Montenegro assegurou: “Não vacilo um segundo.”
Questionado, depois, sobre se tirará ilações políticas após o desfecho do caso, Montenegro assegurou estar “investido na inocência”. “Convivo bem com o escrutínio de que sou alvo”, atirou.
Em causa está o negócio casa de Luís Montenegro em Espinho, onde terá, alegadamente, havido benefícios fiscais para a remodelação do edifício. Na sexta-feria, a Procuradoria-Geral da República anunciou a abertura de três inquéritos sobre o caso, tendo por base uma denúncia anónima.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: António Cotrim / LUSA