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Antigo casarão na Região Central será dedicado à cultura santista

Um espaço para cultivar, a partir da literatura, todos os tipos de arte desenvolvidos em Santos, envolvendo a população e preservando a memória da cultura local. Este será o objetivo da Casa da Santisticidade, que funcionará num centenário casarão da Rua Sete de Setembro (Vila Nova).

O prefeito Rogério Santos assinou nesta quinta-feira o contrato de aluguel do imóvel, que deve começar a funcionar em março.

“Este é mais um espaço para a valorização da cultura santista, que parte da literatura, mas agrega todas as artes. Teremos também cursos que vão beneficiar a comunidade da região central”, afirmou o chefe do Executivo santista, que anunciou também que o recurso arrecadado no Baile da Cidade será destinado para a realização dos cursos da Casa da Santisticidade.

O imóvel ficará sob administração da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), com curadoria do escritor e poeta Flávio Viegas Amoreira.

Na abertura está prevista uma exposição em homenagem ao centenário de morte do poeta santista de Vicente de Carvalho (1866-1924), contando sua trajetória, as lutas políticas, o seu valor literário, poético, lírico e a dedicação à Cidade.

“A ideia do espaço é ser multicultural, multifatorial, multifuncional e multidisciplinar. É bem diferente da concepção de um museu, pois é uma casa de cultura ativa com atividades lastreadas na literatura, mas com abertura para atividades socioeducativas, oficinas, atividades lúdicas, artísticas, saraus, tudo que integre, principalmente, a comunidade do entorno do Paquetá e Vila Nova”, explicou Amoreira.

O nome ‘Santisticidade’ foi adotado pelo poeta numa referência ao modo característico de ser santista. “Daqui a 10 anos, Santos completa 500 anos de civilização, então, é mais do que justo que, nos moldes das casas de cultura europeias e mesmo brasileiras (como aqui em São Paulo, a Casa das Rosas, a Casa Mário de Andrade, a Casa Guilherme de Almeida), nós tenhamos uma casa que fale sobre a alma do santista, sobre as lutas dos operários santistas, sobre todas as artes que foram gestadas em Santos, sobre o espírito santista englobado nesse conceito da santisticidade, do jeito santista de ser”, define o curador do novo espaço.

No local, a Fams também pretende instalar uma sala para oficinas de restauro de documentos e outra para memória oral.

Em um terreno nas esquinas das ruas Sete de Setembro e Constituição, de cerca de 1.900 metros quadrados, o casarão foi construído em 1900 pela então Companhia Docas de Santos, que administrava o Porto, para hospedar funcionários do alto escalão.

O imóvel de fachada azulejada tem nível de proteção 1, no qual nada pode ser modificado, e passou por restauro nos últimos quatro anos. Além de 21 cômodos em dois pisos, conta ainda com amplo jardim, pomar, fonte com chafariz e edícula.

Fonte: Prefeitura Municipal de Santos

Crédito das imagens: Carlos Nogueira / PMS