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Agora é oficial. Centenária Livraria Ferin encerra em Lisboa

A centenária livraria Ferin, em Lisboa, fechou portas por não ter conseguido superar as dificuldades financeiras, contabilísticas e de vendas dos últimos anos, anunciou esta quinta-feira a proprietária, a Ler Devagar.

A livraria, fundada em 1840, já enfrentava problemas financeiros quando foi adquirida em 2017 pela Ler Devagar, o projeto livreiro fundado por José Pinho.

Nesse ano, José Pinho propôs comprar a Ferin, “o seu espólio e toda a sua estrutura de recursos humanos por apenas um euro. Herdando, claro está, uma monumental dívida histórica acumulada”, explica a administração da Ler Devagar, em comunicado.

A Ferin, que está localizada no Chiado, tem o selo de “Loja com História”, um programa de salvaguarda do comércio tradicional lançado pelo município de Lisboa, mas que não foi suficiente para a continuidade da livraria.

Para a Ler Devagar, o processo de recuperação não sobreviveu a várias circunstâncias, nomeadamente à pandemia de covid-19, aos confinamentos e à morte do livreiro José Pinho, em maio passado.

Nos últimos seis meses, “nem as instituições públicas, nem os investidores privados, nem os parceiros livreiros nem os acionistas e amigos da Ler Devagar conseguiram fazer face ao problema financeiro e contabilístico da Ferin”, lamentou a administração.

Há ainda a sublinhar que “as suas vendas caíram drasticamente e a livraria Ferin entrou num ciclo do qual já dificilmente recuperaria. Seguindo o exemplo de tantas outras lojas da Baixa que foram obrigadas a fechar portas”.

Atualmente, a Ler Devagar tem uma livraria na LX Factory, é corresponsável pela iniciativa Vila Literária de Óbidos (Leiria), com várias livrarias e um festival literário, e em novembro passado inaugurou a Casa do Comum – Centro Cultural do Bairro Alto, em Lisboa, sendo o último projeto sonhado e concebido pelo livreiro José Pinho.

“Na Casa do Comum do Bairro Alto, a Ler Devagar volta de novo à sua vocação original: a de reinventar o conceito de livraria, ao mesmo tempo que gera espaços de encontro e de acesso a todas as expressões artísticas e da palavra”, explica.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Reinaldo Rodrigues / Global Imagens