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Economia do Brasil deve crescer 1,8% em 2024, diz OCDE

A economia brasileira deverá crescer 1,8% em 2024, antes de acelerar para 2% em 2025, segundo o relatório “Pesquisa Económica do Brasil” divulgado esta segunda-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

 A OCDE avaliou num comunicado que aumentar a produtividade será fundamental para manter o crescimento no Brasil e destacou que “as reformas recentes reduziram a burocracia e os regulamentos desnecessários, mas são necessários mais esforços para reduzir os encargos administrativos nos mercados de bens e serviços que dificultam a concorrência e o crescimento da produtividade”.

A organização destacou que a sustentabilidade das finanças públicas brasileiras pode ser ainda mais reforçada porque considera que a dívida pública do país permanece elevada em comparação com outras economias de mercado emergentes.

“Foi estabelecido um novo quadro fiscal que deverá agora ser implementado. A reforma planeada do sistema fragmentado de impostos sobre o consumo reduzirá substancialmente os custos de conformidade e há também margem para tornar as despesas públicas mais eficientes”, defendeu a OCDE.

A OCDE também frisou que o Brasil precisa acelerar a transição verde para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e deve continuar a reforçar a aplicação do Código Florestal para combater a desflorestação, desenvolver as economias rurais e incentivar a inovação.

“As infraestruturas públicas são particularmente vulneráveis aos choques climáticos e o investimento em infraestruturas é baixo em comparação internacional. Um melhor planeamento, incluindo uma coordenação mais estreita entre os governos federal e subnacionais, e a redução dos riscos associados a projetos de infraestruturas de longo prazo têm o potencial de atrair mais financiamento privado e internacional”, disse a OCDE.

Numa conferência de imprensa, a OCDE recomendou que o Brasil e o Mercosul (bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e que aprovou a inclusão da Bolívia) façam uma reforma em suas tarifas e fechar o acordo com a União Europeia (UE) para aumentar a participação maior da economia latino-americana no comércio global.

A vice-diretora do Departamento de Economia da OCDE, Isabell Koske, lembrou que o fluxo comercial do Brasil representa apenas 29% do Produto Interno Bruto (PIB), metade da média da Colômbia, Chile, Costa Rica e México, países com nível de desenvolvimento semelhante.

A OCDE também avaliou que a celebração do tratado com a UE e a redução das tarifas do Mercosul seria “uma forma de aumentar a competitividade e extrair maiores benefícios”, do comércio.

Apesar dos reveses, tanto a Comissão Europeia, responsável pelas negociações no bloco europeu, quanto o Mercosul mantêm oficialmente a intenção de fechar o mais rápido possível um acordo que está em discussão há mais de duas décadas.

Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal