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Empate é uma lição de como desperdiçar vantagem de 3-0

OBenfica foi do céu ao inferno em alguns minutos. Num jogo em que é impossível dissociar o passado nerazzurri de João Mário do hat-trick histórico marcado pelo Benfica ao Inter, ficaram evidentes as fragilidades defensivas dos encarnados. As águias estiveram a ganhar por 3-0, mas deixaram-se empatar (3-3).

Com a continuidade nas provas europeias em risco, o Benfica precisa de vencer o RB Salzburgo, na Áustria (12 de dezembro), por uma diferença de dois golos ou mais para poder garantir o terceiro lugar no grupo e, assim, uma vaga no playoff de acesso aos oitavos de final da Liga Europa. O primeiro lugar também irá ser discutido na última jornada entre o Inter e a Real Sociedad.

Quem viu a entrada portentosa do Benfica no jogo não se atreveria a prever o desfecho final. Casper Tengstedt foi o protagonista nas três jogadas concluídas com sucesso por João Mário.

O médio português nunca tinha marcado três golos num encontro e tornou-se no primeiro jogador do Benfica a fazer três golos num jogo desde que há Liga dos Campeões (1992-93), entrando ainda para o top 5 dos hat-trick portugueses mais rápidos da Champions (tudo no espaço de 28 minutos).

Nos quatro primeiros encontros da prova, a equipa de Roger Schmidt não tinha logrado marcar qualquer golo. Ontem fez três em meia hora fruto de movimentações, de certa forma, surpreendentes do combativo Tengstedt a ganhar a linha lateral e chamar por João Mário no coração da área.

Uma cena repetida com sucesso mais do que uma vez, levando os adeptos à euforia. Alguns acabaram por arremessar tochas e foguetes luminosos para o relvado, o que pode levar a nova punição da UEFA, depois de na semana passada o organismo europeu ter castigado o Benfica por essa mesma infração e proibido o clube de ter adeptos no adeus à Champions deste ano, em Salzburgo.

Com a qualificação garantida o Inter entrou no Estádio da Luz em modo passeio e só despertou para o jogo com o choque do 3-0, mas nem Carlos Augusto, nem Arnautovic conseguiram rematar enquadrados com a baliza de Trubin.

O intervalo deu descanso aos nerazzurri, que jamais irão esquecer o dia em que sofreram três golos de um jogador que dispensaram depois de pagarem 45 milhões de euros por ele ao Sporting em 2016/17.

1, 2, 3… outra vez

O segundo tempo mostrou um Benfica diferente, deixando que o Inter tivesse a iniciativa de jogo e sem o desgaste de correr atrás da bola. Carlos Augusto e Alexis Sánchez testaram a atenção e os reflexos de Trubin, que acabou batido por Arnautovic num golo que resultou de um lance de bola parada e com alguma desatenção da defensiva encarnada.

A defesa voltou a estar em evidência pela negativa quando Davide Frattesi se inspirou para fuzilar o guardião encarnado. O cruzamento milimétrico de Acerbi encontrou Frattesi no coração da área, que, livre de marcação, fez um remate de primeira à meia volta e silenciou as bancadas.

Ficou assim mais uma vez evidente a dificuldade do Benfica em travar o Inter quando os italianos começaram a carregar no acelerador. Em sete minutos reduziram a diferença para apenas um golo, o que levou o técnico italiano a fazer alterações na equipa com a perspetiva de chegar ao empate.

Nem dois minutos depois de entrar em campo, Marcus Thuram entrou na área benfiquista a toda a velocidade e sofreu um pisão de Otamendi. Ainda foi preciso ajuda do VAR para validar o lance de penálti que deu a Alexis Sánchez a oportunidade de fazer o 3-3.

Previam-se mais 20 minutos frenéticos na Luz. Com o jogo partido, sobressaiu Di María e o guardião do Inter, Emil Audero, que voou de forma espetacular para impedir o golo do argentino.

O enredo ia-se adensado e os arautos da desgraça começaram a prever uma reviravolta no marcador, que poderia afastar o Benfica das provas europeias, quando António Silva foi expulso e deixou a equipa a jogar com dez na reta final da partida.

Isso retraiu quase todos. Rafa ainda tentou dar alguma velocidade e surpreender, mas depois de correr muitos metros quase sozinho com a bola rematou cruzado e completamente ao lado. O empate persistiu até ao fim e assim Benfica continua sem vencer na Champions deste ano.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Gerardo Santos / Global Imagens