O Benfica viveu ontem 45 minutos de pesadelo em San Sebastián, período durante o qual foi vulgarizado pela Real Sociedad, que à meia hora vencia por por 3-0, tinha visto dois golos anulados e ainda falhou um penálti.
Um autêntico banho de bola da equipa espanhola, que acabou por ser amenizada após um intervalo com um golo de Rafa que ditou o 3-1 final, mas que não evitou a eliminação dos encarnados da Liga dos Campeões. Agora, resta fazer pontos nos dois jogos que faltam – Inter em casa e em Salzburgo – para poder passar para a Liga Europa.
Roger Schmidt apostou no 3x4x3 que adotou nos últimos jogos na esperança de ter mais posse de bola e, dessa forma, travar o tiki-taka da Real Sociedad, que tinha dominado por completo o jogo na Luz.
Só que aquilo que o alemão pensava ser uma boa ideia transformou-se num pesadelo, com os jogadores do Benfica a chegarem sempre atrasados aos lances e a verem o adversário a trocar a bola de forma rápida e a encontrar facilmente espaços por onde entrar na área e visar a baliza de Trubin.
Em 30 minutos a Real Sociedad marcou três golos, viu dois serem anulados e ainda falhou um penálti cometido por Otamendi sobre Oyarzabal: Merino rematou ao poste.
Mikel Merino abriu o marcador logo aos seis minutos, no primeiro remate à baliza, e abriu uma autêntica caixa de pandora, de onde foram saindo erros sucessivos da defesa benfiquista, com João Neves a mostrar que não pode jogar na direita, como se provou no terceiro golo quando Barrenetxea passou pelo jovem e rematou sem hipóteses para Trubin.
Antes, já Oyarzabal tinha aproveitado um erro de principiante dos encarnados, quando o passe atrasado de Florentino não foi captado por Otamendi, tendo o avançado espanhol ficado isolado.
À meia hora, Schmidt tirou Florentino e lançou Jurásek, passando João Neves para o meio-campo, Aursnes para a direita, com o lateral checo a ocupar a esquerda. A partir desse momento, o Benfica conseguiu estancar um pouco a avalancha ofensiva dos bascos e ainda conseguiu aproximar-se da baliza de Remiro por duas vezes, mas sem perigo.
O apito do árbitro para o intervalo terá sido uma espécie de alívio para os adeptos benfiquistas que, por certo, terão recordado, com natural temor, o pesadelo de Vigo no dia 25 de novembro de 2019, quando o Celta goleou por 7-0.
Era complicada a missão do Benfica na segunda parte, afinal dar a volta ao resultado era uma missão impossível, pelo que restava entrar em campo e lutar pelo prestígio e pela dignidade de uma equipa que nas duas últimas épocas chegou aos quartos-de-final da Liga dos Campeões.
E bem se pode dizer que esse objetivo foi alcançado. Não que a equipa de Schmidt tenha deslumbrado, mas pelo menos equilibrou a partida e não voltou a ser amassada pela Real Sociedad, que deixou de conseguir fazer o seu tiki-taka de forma tão fluida e avassaladora. Isto porque as águias passaram a ser mais ativos na recuperação da bola e conseguiram jogar mais no meio-campo adversário.
O golo de Rafa Silva logo aos 49 minutos, após assistência de Otamendi, acabou por servir para serenar um pouco os jogadores. Nesse momento, o Benfica marcava o primeiro golo nesta edição da Champions, ao fim de 319 minutos de futebol, o que ilustra bem a péssima época internacional da equipa de Roger Schmidt.
O alemão tem agora o desafio de evitar igualar o pior registo do clube nesta prova, quando em 2017/18, com Rui Vitória no comando, terminou a fase de grupos com zero pontos.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Cesar Manso / AFP