Sem necessidade de usar a calculadora, mas com os habituais sustos, Portugal apurou-se neste sábado para o Euro 2024, que se jogará na Alemanha, com um triunfo sobre a Eslováquia (3-2), num jogo em que Cristiano Ronaldo bisou e rivalizou com Bruno Fernandes pelo troféu de homem do jogo.
A seleção consumou assim o apuramento mais rápido da história da seleção nacional para uma grande competição. Às restantes equipa dos Grupo J, resta lutar pelo segundo lugar do agrupamento, que também dá acesso direto ao Europeu e sendo que já na segunda-feira a equipa das quinas joga na Bósnia.
Cristiano Ronaldo entrou a todo o gás e quase marcou no primeiro minuto de jogo. Se o fizesse estaria em fora de jogo, mas ficou o sinal. Prometia ser uma partida de sentido único, com a Eslováquia a revelar muitas dificuldades em passar para lá do meio campo português.
Na única vez que o fez teve ajuda e ainda assustou. Depois de Bruno Fernandes obrigar Dubravka a fazer uma grande defesa para evitar o golo português, António Silva quase fez um desvio para a própria baliza… A bola bateu na trave!
Quem tem a experiência e o talento individual de jogadores como Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva e Bruno Fernandes não se assusta facilmente e a reação foi imediata. Obra do trabalho espetacular do capitão do Manchester United, a tirar Duda da jogada e a cruzar na perfeição para a cabeça de Gonçalo Ramos. O avançado soltou-se da marcação de Pekarik e bateu Dubravka para o 1-0.
O minuto 18 marcou o fim da resistência eslovaca, mas não acabou com a determinação de Dubravka em tentar evitar a goleada desejada pelos mais de 62 mil adeptos no Dragão, um estádio talismã para Portugal – foi a quarta vez que a seleção conseguiu um apuramento no recinto portista, depois de Mundial 2006, Euro 2008 e Mundial 2022… agora o Euro 2024.
Bruno Fernandes apareceu no chamado coração da área para de cabeça tentar bater o guardião no Newcastle, que mais uma vez negou o golo ao médio português. Mas nada pôde fazer quando o árbitro apitou para a marca dos 11 metros. Rafael Leão cruzou e Vavro cortou a bola com o braço.
Um penálti sem margem para dúvidas permitiu a Cristiano Ronaldo picar o ponto no jogo em que foi homenageado pela 200.ª internacionalização (ontem fez o jogo 202).
Antes do intervalo, CR7 ainda teve mais três oportunidades de golo – uma delas de baliza aberta – e viu Gonçalo Ramos acertar no poste no fecho do frenético primeiro tempo: 16 remates (contra zero da Eslováquia) e sete deles enquadrados com a baliza.
Os dois golos de vantagem davam tranquilidade para o segundo tempo, tendo em conta que a chuva intensa (e por vezes granizo) prometia não dar tréguas e além do relvado ir ficando mais pesado e mais difícil para fazer circular a bola.
O jogo baixou claramente de intensidade e qualidade. Tornou-se mais físico, também por culpa de uma postura e posicionamento diferente da Eslováquia, muito por culpa da entrada de Laszlo Benes.
Para ter mais bola no pé e menos correria pelo corredor, Roberto Martínez trocou Rafael Leão por João Félix, que ao contrário do que aconteceu na semana passada quando jogou no Dragão pelo Barcelona, foi aplaudido.
Horas antes do jogo de Portugal o presidente do FC Porto tinha pedido para que todos os jogadores da seleção fossem aplaudidos e assim foi.
Mas mesmo com mais espaço para jogar na frente, Portugal somou algumas más decisões e acabou por sofrer o primeiro golo deste apuramento.
Grande remate de Hancko, mas a bola ainda desvia em António Silva antes de entrar e trair assim Diogo Costa. Mais uma vez a reação foi imediata e pelo suspeito do costume. Jogada muito bem construída, com Bruno Fernandes a servir Ronaldo para o 3-1.
O capitão continua com números impressionantes aos 38 anos. Fez o 7.º golo em 6 jogos na fase de qualificação – o 125.º golo pela seleção.
A Eslováquia ainda reduziu por Lobotka – deixaram-no à vontade e ele fez um golaço num remate a 30 metros da baliza, que complicou um jogo que parecia (demasiado) fácil ao intervalo. Felizmente para as contas do jogo e do apuramento, Portugal não chorou os remates finais de Jota e Félix (travados por Dubravka).
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Pedro Correia / Global Imagens