E ao nono jogo, a derrota. O Sporting não escapou à maldição europeia dos seus dois grandes rivais e também perdeu, na Liga Europa (1-2), numa partida em que foi completamente dominado na primeira parte pela Atalanta, mas que até podia ter chegado ao empate na segunda, sobretudo depois de Gyökeres ter reduzido de penálti.
E quem saiu divertido de Alvalade foi mesmo a equipa de Gasperini, que agora lidera isolada o Grupo D, com seis pontos.
Ao contrário do que sucedera na 1.ª jornada na Áustria, desta feita Rúben Amorim não mexeu em demasia no onze: estreou Fresneda como titular na ala direita, descansou o capitão Coates (que saíra tocado em Faro e começou no banco, com Matheus Reis a titular e Inácio na posição central) e apostou na dupla Paulinho/Gyökeres a acompanhar Pedro Gonçalves no ataque, “sacrificando” Edwards.
Numa tarde de calor em Lisboa, o Sporting recebeu um adversário que afastara na única caminhada europeia vitoriosa da sua história. Sexta classificada na Serie A, a Atalanta – uma das equipas mais interessantes de Itália desde que Gasperini assumiu o comando – atraiu muitos adeptos, que aproveitaram o feriado para encher o estádio.
Na antevisão, Rúben Amorim confessou a dificuldade em explicar aos seus jogadores como jogavam os italianos e a verdade é que se confirmou desde o primeiro minuto, com a Atalanta a fazer ao Sporting aquilo que os leões têm feito aos adversários (pelo menos até se encontrar em vantagem), tornando os primeiros 45 minutos num jogo praticamente de sentido único.
Rapidamente se percebeu a má ideia que foi lançar o lateral espanhol numa partida com estas características, tal a forma como Lookman explorou os espaços naquele flanco durante a primeira parte.
Sempre sólida e muito pressionante em todo o campo, a Atalanta foi enleando um adversário que sentiu sempre grandes dificuldades em sair em transição e que, quando o conseguia, falhava sempre o último passe, com Pedro Gonçalves desinspirado nessa função, sempre a jogar a dez à hora quando era preciso mais intensidade.
Por isso, quando os bergamascos se adiantaram no marcador (33″) ninguém ficou surpreendido. Tudo começou em mais um canto que os leões não conseguiram afastar e, com a defesa desorganizada, Zappacosta entrou pela direita e cruzou da linha de fundo para Scalvini desviar em frente à baliza para o fundo das redes.
Um outro jogo
Desabituado de não conseguir controlar um jogo, o Sporting ainda sofreu um segundo golo antes do descanso, desta vez num lance construído no flanco oposto.
Sem ritmo e sem proteção dos colegas, Fresneda foi batido em velocidade por Ruggeri, que tabelou com Lookman e ficou isolado. O primeiro remate ainda foi detido por Adán, mas a bola ficou de novo ao alcance do ala, que só teve de empurrar para a baliza (43″).
Aquilo que Amorim temia, “o sofrimento” numa partida frente a um técnico que foi uma das suas inspirações, aconteceu e não foi divertido – quanto muito foi divertente para os italianos -, pelo que não foi de modas fazendo três substituições ao intervalo. Coates, Catamo e Edwards renderam Nuno Santos, Hjulmand e Paulinho para tentar evitar uma “catástrofe” maior.
E a verdade é que o Sporting da segunda parte foi outro, mais seguro atrás e criativo na frente. Os italianos passaram a apostar no controlo em vez de procurar um golo que matasse a reação dos portugueses – como estes têm feito na Liga – e, mesmo não consentindo tantas oportunidades como sucedera com o Sporting na primeira parte, quase deixavam escapar a vitória.
Gonçalo Inácio, um dos melhores leões em campo, esteve perto de reduzir aos 51″, mas o desvio de cabeça saiu perto do poste.
Apesar de mais dominadora, a equipa de Amorim só conseguiu reduzir perto do fim, num penálti a castigar mão de Scalvini depois de um remate de Diomande. Gyökeres não desperdiçou (76″) e a equipa embalou para uns minutos demoníacos.
Edwards, na cara de Musso, acertou no guarda-redes (77″), e no minuto seguinte desmarcou Geny Catamo, que rematou ao poste. Mas os leões não voltaram a estar perto do golo e ainda foi Adán a evitar o 1-3 de Scamacca.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Filipe Amorim / Global Imagens