Com dois golos de vantagem ao intervalo, mais outros tantos desperdiçados, o Benfica parecia ter ido a Portimão passar um domingo de outono descansado, tal a superioridade que passeara no sempre bem cuidado relvado algarvio.
Mas, até agora, esta Liga já mostrou que descansar à sombra da bananeira não é uma boa ideia, mesmo que o adversário pareça frágil.
E, numa mão cheia de minutos, o empate esteve perto de acontecer, com Trubin a assumir-se como o herói improvável – o campeão lá acabou por esquecer a amargura europeia e segurar os três pontos depois de Neres concluir uma transição, selando o 3-1 e garantindo a quinta vitória consecutiva na prova.
Roger Schmidt acabou por surpreender em Portimão. Di María, tocado, nem sequer foi ao banco e está em dúvida para o clássico com o FC Porto.
Do lado algarvio, Paulo Sérgio fez um trio alterações em relação ao onze que iniciou a vitória em Guimarães e no sistema, optando por um esquema com três centrais.
No entanto, se o objetivo do técnico do Portimonense passava por adiar o mais possível o golo do adversário, não resultou: logo aos cinco minutos, Kökçü tocou para o lado direito onde surgiu o lateral Bah, no seu 50.º jogo de águia ao peito, a desferir um remate poderoso e bem colocado que só parou no fundo da baliza, para gáudio dos muitos adeptos encarnados presentes.
E a coisa só não piorou logo a seguir porque Neres, isolado, não conseguiu superar a mancha do guarda-redes Vinícius.
Pressionando alto, o Benfica não deixava o adversário respirar e dominava por completo, pelo que o 0-2 não tardou a chegar: Kökçü sem marcação desmarcou Neres na esquerda e este cruzou no tempo certo para Musa empurrar a bola até à baliza deserta, uma vez que Vinícius tentara cortar o ângulo ao seu compatriota (17″).
E, claro, com uma vantagem tranquila tão cedo no encontro, o ritmo dos encarnados baixou um pouco, permitindo que o Portimonense, uma equipa limitada, lá conseguisse ter a sensação que estava a jogar o mesmo jogo.
Ainda assim, Rafa desperdiçou duas boas ocasiões para acabar com as dúvidas e, para Paulo Sérgio, já chegava: aos 40″ fez a primeira substituição, trocando Paulo Estrela por Rildo, um homem para o centro do ataque.
Do quase nada, o castigo
No segundo tempo, os dois técnicos mexeram, com destaque para Schmidt que fez três alterações: tirou Bah (queixoso no primeiro tempo), Kökçü e Musa e lançou Jurásek (passando Aursnes para a direita) João Neves e Arthur Cabral. Do outro lado, Guga rendeu Igor Formiga.
Hélio Varela (48″), com um remate por cima, deu o primeiro sinal que tencionava evidenciar-se, mostrando que o Portimonense ainda não tinha atirado a toalha ao chão, apesar do “banho” da primeira metade.
O Benfica continuou a falhar no último terço e acabou por pagar o preço pela forma algo displicente como atacava: quase do nada, Jasper lançou Hélio Varela que correu meio campo que nem um foguete e rematou cruzado, reduzindo para 1-2 (56″).
E só não foi pior para os encarnados porque Rildo não conseguiu concretizar um pontapé de penálti (o quarto em três jogos) a castigar mão de Morato, permitindo a defesa de Trubin (60″) que lá se redimiu dos nervos que mostrara até então.
O susto acabou por acordar o campeão. Um erro de Carlinhos deu tempo e espaço a Rafa para correr para a área adversária, soltando no tempo certo para Neres rematar cruzado por entre as pernas de Vinícius e devolver alguma tranquilidade no resultado (66″).
O Portimonense ficou sem capacidade de reação a dois infortúnios seguidos e o Benfica regressou a casa com um triunfo que parecia fácil e não foi. Agora, segue-se o clássico frente ao FC Porto, na próxima sexta-feira, às 20h15 (ora Lisboa), às 16h15 (hora Brasília), no Estádio da Luz.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal