A imprensa espanhola dá grande destaque ao anúncio desta terça-feira do Governo português a propósito das condições relativamente à privatização da TAP, processo que, de acordo com o primeiro-ministro, irá sempre acautelar os interesses da companhia aérea.
Os media espanhóis recordam que o grupo IAG (que agrega Iberia, British Airways e Vueling), Lufthansa e Air France estão atentos ao processo de privatização da TAP.
O Governo vai aprovar na próxima semana, em sede de Conselho de Ministros, o diploma que irá dar o primeiro passo para privatização da TAP, de acordo com revelação do primeiro-ministro durante a apresentação da moção de censura por iniciativa do Chega.
“Na próxima semana, aprovaremos em Conselho de Ministros o diploma que estabelece o enquadramento da privatização da TAP, defendendo a companhia e o interesses de Portugal e dos portugueses”, revelou António Costa.
Durante o debate, o primeiro-ministro destacou que a TAP “vai continuar a ser uma empresa estratégica” e garantiu serão tidos em conta os interesses da companhia aérea portuguesa e do país no sentido uma parte ou mesmo a totalidade do capital.
Detalhou António Costa que o Governo não tem intenção de vender a TAP “a qualquer privado” e que a privatização da companhia já estava prevista no plano de reestruturação que foi acordado com a Comissão Europeu. O primeiro-ministro deu grande ênfase ao facto da TAP ter voltado aos lucros e que no primeiro semestre deste ano a companhia transportou 7,6 milhões de passageiros.
Regresso aos lucros
A TAP registou um lucro de perto de 23 milhões de euros no primeiro semestre do ano, representando uma melhoria de 225 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado e, também, um facto histórico para a companhia aérea nacional ao registar resultados positivos nos primeiros seis meses de um ano, desde que os resultados semestrais são publicados (2019).
Em reação aos lucros alcançados, o ministro das Infraestruturas afirmou, ao Jornal Económico, que “reforçam a trajetória de recuperação em fase desafiante”. Para João Galamba são consequência do “esforço e empenho” de todos no processo que visa garantir sustentabilidade da empresa, cuja privatização deverá arrancar em setembro.
“Os resultados divulgados pela TAP são muito positivos, reforçando a trajetória de recuperação da companhia aérea nesta fase desafiante da sua história”, avançou ao JE o governante, perspetivando para os próximos meses “um ritmo intenso” para a TAP: “a empresa deve continuar no caminho sustentado de melhoria dos resultados operacionais e financeiros, focada também no reforço da qualidade do serviço prestado”.