O Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema) saudou hoje “a atitude de bom senso” da TAP, por ter recuado na decisão de adquirir 50 carros de luxo para diretores e administradores.
“A avançar, a aquisição destes novos veículos seria uma atitude incompreensível nos tempos que correm, em que são pedidos grandes esforços a todos trabalhadores da TAP”, considerou o sindicato, em comunicado onde saúda o recuo da empresa na decisão, anunciado na quinta-feira.
O Sitema defendeu que “não teria sentido renovar uma frota com apenas quatro anos”, tendo também em conta que “os técnicos de manutenção têm de fazer as suas deslocações de trabalho dentro dos aeroportos com viaturas em mau estado, em alguns casos com mais de 30 anos, que deixam entrar água quando chove e com péssimas condições de segurança, essas sim com manifesta necessidade de renovação”.
Em causa está a notícia avançada pelos meios de comunicação social, na quarta-feira, de que a TAP encomendou uma nova frota de automóveis BMW para a administração e gestores, substituindo os da Peugeot.
Na quinta-feira, após a polémica ter levado o Presidente da República a apontar à companhia aérea portuguesa “um problema de bom-senso”, defendendo contenção em tempos difíceis, a Comissão Executiva da TAP informou, em comunicado, que vai procurar manter a atual frota automóvel pelo período máximo de um ano, por compreender o “sentimento geral dos portugueses”, após polémica sobre carros de luxo.
“A Comissão Executiva da TAP compreende o sentimento geral dos portugueses e, apesar da decisão que tomou quanto à frota automóvel ser a menos onerosa para a Companhia nas atuais condições de mercado, a TAP procurará manter a atual frota durante um período máximo de um ano, enquanto reavalia a política de mobilidade da empresa”, lê-se na nota enviada à comunicação social.
Para o sindicato dos técnicos de manutenção, a situação prova que “a TAP tem uma estrutura muito pesada, mas não devido aos trabalhadores que diariamente dão tudo para manter a companhia a funcionar”, mesmo com cortes salariais, em alguns casos de 25%.
“Este peso vem precisamente do topo da estrutura, que deve também dar o exemplo”, apontou o sindicato.
Fonte e crédito da imagem: Correio da Manhã / Portugal