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“Admito que haja quem se sinta ofendido”, diz Presidente sobre Conselho de Estado

O Presidente da República admitiu esta quarta-feira que ficou “estupefacto” com as notícias que leu sobre uma alegada quebra no sigilo sobre a última reunião do Conselho de Estado, dizendo até que houve relatos na imprensa que o “melindraram” e fizeram sentir-se “incomodado” por não corresponderem ao que se passou.

“Admito que haja quem se sinta ofendido, faz parte da democracia, porque aquilo que disse ou não disse foi mal interpretado. Ouvi o senhor primeiro-ministro desmentir notícias hoje, segundo as quais o seu silêncio era contra o Presidente da República. Lendo essas notícias, fiquei estupefacto com elas, mas percebo que tenha esclarecido que não se tratava disso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, à saída da Fundação Champalimaud.

Ontem, circularam relatos nos jornais “Público”, “Expresso” ou “Observador” de que António Costa se manteve em silêncio durante a reunião do Conselho de Estado. O chefe do Governo lamentou essas “fugas seletivas” e “mentiras”, em declarações públicas uma visita a Guimarães, esta manhã, para a inauguração do supercomputador Deucalion.

O chefe de Estado não caracterizou de mentira, optando por clarificar que não era um silêncio contra o Presidente e por explicar o funcionamento do Conselho de Estado, ressalvando ainda que o encontro “valeu a pena”. “O Conselho funciona, como todos os órgãos similares, assim: durante muito tempo não havia gravação, mas depois passaram a ser gravados”, lembrou.

“Num tempo histórico, havia quem tirasse apontamentos, portanto as atas eram muito resumidas. A partir do momento em que houve gravação, há que desgravar. É uma linguagem oral e toma tempo”, começou por explicar, à margem da cerimónia de entrega do prémio António Champalimaud, em Lisboa.

“A ata da última reunião foi distribuída para ser vista pelos membros do Conselho e será aprovada na próxima reunião. Até haver uma ata aprovada – e é sempre aprovada por unanimidade – não há verdade definitiva sobre o que se passou. O regime de sigilo tem 30 anos”, recordou Marcelo Rebelo de Sousa.

A reunião desta terça-feira no Palácio de Belém teve como temas centrais a análise da situação política, económica e social, para terminar os tópicos iniciados a 21 de julho, e a Ucrânia, de acordo com a nota divulgada pela Presidência da República.

Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal