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PR garante que não há jogo duplo de Portugal sobre Ucrânia na UE

O Presidente da República dirigiu-se esta quinta-feira em ucraniano ao homólogo Volodymyr Zelensky e aos militares para assegurar que Portugal vai apoiar sempre a independência do país que há ano e meio está a combater uma invasão russa.

“Parabéns, Ucrânia! Portugal estará, e está, sempre com a vossa independência”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, durante as comemorações do 32.° aniversário da independência da Ucrânia, em Kiev.

Para surpresa de todos os convidados, militares e até do Presidente da Ucrânia, o chefe de Estado português fez a intervenção toda, de pouco mais de um minuto, em ucraniano, sendo várias vezes aplaudido.

O Presidente da República acrescentou que apoiar a Ucrânia é essencial para que o futuro da Europa seja um futuro de segurança: “Sem a vossa legítima defesa não haverá paz e segurança na Europa.”

E o futuro, na ótica do Presidente da República, será “na União Europeia e na NATO”. Marcelo garantiu depois em conferência de imprensa, perante o homólogo ucraniano, que “não há um duplo jogo” na posição de Portugal quanto à integração europeia da Ucrânia e que a União Europeia tem de preparar-se para esse momento.

“O poder político em Portugal democraticamente legitimado quer que, no futuro, a Ucrânia faça parte da família europeia […]. Portugal também tem sido claro ao dizer que isso envolve duas partes: o caminho que a Ucrânia está a fazer com muito mérito de preparação para esse momento, mas também o caminho que a UE tem de fazer de preparação para esse momento”, sustentou Marcelo Rebelo de Sousa, em conferência de imprensa conjunta com Volodymyr Zelensky.

Na ótica do chefe de Estado português, a integração na União Europeia (UE) da Ucrânia “é um caminho de duas partes” e da parte de Portugal “não há um duplo jogo”.

O Presidente da República acrescentou que Portugal apoia desde o primeiro momento a adesão da Ucrânia à EU: “E espero que fique claro que quando o Presidente de Portugal diz que esse é o objetivo, está dito, não há ninguém acima do Presidente que possa dizer coisa diferente nessa matéria.”

Marcelo Rebelo de Sousa terminou a sua intervenção deixando “um abraço para todo o corajoso e indomável povo ucraniano”.

“Longa vida à independência da Ucrânia. Longa vida à fraternidade entre Portugal e a Ucrânia”, finalizou.

Zelensky diz que nunca mais haverá pausas na história do país

Já o presidente da Ucrânia defendeu que “não haverá mais pausas na história da Ucrânia” e que a ideia da casa comum europeia sem o país é um “projeto inacabado”.

“Não haverá mais pausas na história da Ucrânia”, disse Volodymyr Zelensky, no arranque de uma cerimónia para entregar condecorações por ocasião do Dia da Independência da Ucrânia.

Zelensky acrescentou que no passado houve alturas em que faltou unidade entre os ucranianos e que a consequência disso foi a ocupação.

“Nunca mais a vamos deixar [a independência] escorregar das nossas mãos!”, frisou.

“A Ucrânia conseguiu uma independência permanente e ininterrupta”, afirmou o chefe de Estado ucraniano.

Perante centenas de militares e cidadãos, que assistiam à cerimónia em Kiev, o presidente ucraniano disse que hoje “a maioria do mundo está com a Ucrânia” e que o país não pode desperdiçar essa oportunidade e voltar a deixar que seja dividido.

E deixou uma advertência para os chefes de Estado que estavam presentes na cerimónia, entre eles o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa: “A nossa casa comum europeia sem a Ucrânia é um projeto inacabado”.

A Ucrânia comemora hoje o Dia da Independência, na mesma data em que se cumprem 18 meses da ofensiva militar da Rússia contra o país, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.

A data, que comemora este ano o 32.º aniversário da independência da Ucrânia – declarada em 24 de agosto de 1991, pouco antes da dissolução formal da União Soviética, de que fazia parte -, é assinalada com restrições e medidas adicionais de segurança um pouco por todo o país, devido ao receio de mais ataques russos, que têm vindo a intensificar-se nas últimas semanas.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: António Pedro Santos / LUSA