Um fóssil de réptil de 230 milhões de anos encontrado no sul do Brasil prova que os dinossauros também tiveram precursores bípedes, segundo um estudo científico divulgado na quarta-feira.
O ‘Venetoraptor gassenae’ era um pequeno réptil bípede com cerca de um metro de comprimento e que pesava entre quatro e oito quilogramas, e foi um precursor tanto dos dinossauros como dos pterossauros, os primeiros répteis voadores.
A pesquisa, cujos resultados foram publicados na revista científica Nature, foi liderada por paleontólogos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e envolveu pesquisadores de várias instituições do Brasil, da Argentina e dos Estados Unidos.
A nova espécie surpreendeu os pesquisadores porque revela que a diversidade morfológica de dinossauros e pterossauros começou a florescer muito antes do que se pensava, segundo o texto publicado na Nature.
Um dos pormenores que chamou a atenção dos investigadores são as garras longas, afiadas e em forma de foice dos membros anteriores do Venetoraptor, que mostram “fortemente” que os precursores dos dinossauros não eram necessariamente quadrúpedes.
Outro aspeto único do Venetoraptor é o seu crânio com um bico afiado, semelhante ao de uma ave de rapina, que é anterior ao dos dinossauros que viveram 80 milhões de anos mais tarde.
O fóssil do Venetoraptor foi descoberto em 2022 no município de São João do Polêsine, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, pelo paleontólogo da UFSM Rodrigo Temp Müller.
A UFSM explica em comunicado que as origens dos dinossauros ainda são pouco conhecidas devido à escassez de fósseis dos seus precursores, muitas vezes incompletos, fragmentados e mal preservados.
Por isso, a descoberta de um réptil com uma morfologia tão invulgar oferece pistas sem precedentes sobre a origem dos dinossauros e demonstra que uma extraordinária diversidade de organismos desconhecidos continua escondida nas rochas de todo o mundo.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Caio Fantini / Universidade Federal de Santa Maria