Alberto Núñez Feijóo vai tentar formar Governo, mesmo não tendo garantias de maioria parlamentar. A decisão do líder do PP surge como primeira reação às eleições deste domingo em Espanha, que ditaram uma vitória dos populares, de Direita, perante o PSOE, de Esquerda.
Na varanda da sede do PP, em Madrid, acompanhado pela presidente da comunidade madrilena e pelo autarca da cidade, Feijóo começou por recordar que “há um ano e meio era impossível ter este resultado”.
“Ganhámos 40 das 52 províncias de Espanha”, frisou, dizendo que “nunca o partido subira tanto numas eleições”. Os populares passaram de 89 deputados para 136 e, no Senado, disse Feijóo, há “uma grande maioria, provavelmente absoluta”.
E, na reta final, disparou ao PSOE, segundo partido mais votado, e deixou pedidos: “Conseguimos oito milhões de votos. A nossa obrigação é que não se abra um período de incerteza em Espanha. Temos a confiança e disseram a todos os partidos para dialogarem. O meu dever é abrir o diálogo e tentar governar de acordo com os resultados eleitorais.”
“Os espanhóis falaram e é preciso escutar. Como candidato mais votado, vou iniciar diálogo para formar Governo e para governar de acordo com os resultados”, disse, antes de concluir: “Peço, expressamente, ao PSOE e aos partidos da Esquerda, que não bloqueiem, o Governo de Espanha mais uma vez. É preciso respeitar a vontade do povo”, disse.
Os resultados eleitorais, com as urnas fechadas, indicaram uma vitória do PP, que conseguiu ultrapassar o PSOE. Mas, juntando-se ao Vox, de extrema-direita, não haverá, à mesma, uma maioria no Parlamento.
Em sentido contrário, se o PSOE se juntar ao Sumar, da extrema-esquerda, e a todos os partidos independentistas conseguirá mais deputados do que os necessários para uma maioria absoluta -esta é, de resto, a solução governativa atual em Espanha.
PP conquista mais 33 lugares no Senado, maioria absoluta na Câmara Alta
Partido Popular (PP, direita) conseguiu mais 33 lugares no Senado espanhol, o que lhe permite, com cerca de 80% dos votos contados, alcançar uma maioria absoluta na Câmara Alta, graças aos 116 deputados eleitos no domingo nas urnas.
Estes representantes do PP somam-se aos 20 senadores por designação regional, que também têm assento no hemiciclo do Palácio do Senado, contando a partir de hoje com 136, mais três do que os que constituem a maioria absoluta nesta instituição.
Já o PSOE passou de 93 lugares eleitos para 76, o que significa uma perda de 17 em relação aos que tinha conseguido em 2019.
Muito atrás, com sete lugares, está o Esquerdas pela Independência, que junta senadores do ERC e EH Bildu, que partilharam um grupo parlamentar na última legislatura.
O PNV sofreu um sério revés, ao passar de nove senadores conseguidos nas anteriores eleições (com mais um designado pelo parlamento Basco) para quatro.
Já o Juntos pela Catalunha caiu de três eleitos para um, a Agrupação Socialista Gomera mantém um, tal como os navarros da UPN, e o Grupo Herreña Independente entra na Câmara com um outro.
No grupo socialista pode juntar-se o senador eleito pela coligação formada pelo PSOE, Somar, EUIB e Ara Eivissa, que concorria pelas ilhas Pitiusas.
Além dos 208 senadores eleitos nas urnas, a câmara territorial conta com mais 57, designados pelos parlamentos autónomos, até atingir os 265 representantes no hemiciclo.
Os senadores designados são renovados nas eleições regionais: após as eleições de 28 de maio, começou um novo processo para eleger novamente os 31 representantes no parlamento eleitos naquele ato eleitoral.
As eleições de domingo em Espanha tiveram um resultado inconclusivo, com nenhum dos dois principais blocos a garantir uma maioria absoluta.
Os conservadores do Partido Popular (PP) venceram as eleições, mas sem conseguir a maioria absoluta com o VOX, segundo os resultados provisórios divulgados pelo Governo.
O PP, com 136 deputados, e o VOX, com 33, só conseguiram somar 169 deputados no parlamento, ficando a sete dos 176 necessários para a maioria absoluta.
O PSOE, com 122 deputados, e o Somar, com 31, totalizaram 153 lugares no parlamento e poderão ter mais deputados do que a direita com os aliados da última legislatura.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Pierre-Philippe MARCOU / AFP