Cristóvão Colombo descobriu a América em 1492 mas os americanos parecem só ter descoberto as ligações aéreas à Europa na década passada.
Como a exploração europeia se começa nas pontas, os turistas americanos parecem estar a dirigir-se a Portugal, atraídos pelo baixo custo de vida.
Um novo estudo da Comissão Europeia de Viagens (ETC – European Travel Commission), indica que os turistas americanos estão a escolher destinos europeus devido às taxas de câmbio favoráveis, escolhendo visitar os países com baixos custos de vida, uma vez que os gastos têm de ser mais controlados devido à inflação crescente.
Portugal verificou um aumento de 79% no número de chegadas de turistas norte-americanos. De facto, dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que as chegadas dos Estados Unidos cresceram 285,4% entre 2021 e 2022 e de 20,6% entre 2019 e 2022.
“Com a permanência da inflação alta e uma possível recessão a pesar sobre os lares americanos, a acessibilidade será um fator-chave na escolha do destino de viagem dos turistas na Europa”, sustenta a análise.
Além de Portugal, a entidade europeia destaca a Turquia (78%), Montenegro (43%), Letónia (135%) e Polónia (51%) como países de baixo custo escolhido por turistas americanos quando o assunto é visitar a Europa.
Europa com sinais de recuperação
O turismo europeu continua a dar sinais de recuperação, mantendo o crescimento observado desde o ano passado, embora os ventos económicos estejam em sentido contrário.
Um estudo da European Travel Commission (ETC) nota que o turismo já atingiu 95% dos níveis pré-pandemia em termos de chegadas internacionais e que deve manter o ritmo no segundo semestre do ano.
O estudo revela que os consumidores estão a priorizar os gastos com viagens, mesmo que a inflação e o aumento dos preços esteja a apertar as carteiras.
“É positivo ver a recuperação das chegadas de turistas internacionais no primeiro semestre de 2023. Com isso em mente, os destinos europeus devem estar preparados para gerir o aumento da procura e o regresso dos viajantes”, disse Miguel Sanz, presidente da European Travel Commission.
“As estratégias turísticas devem abraçar a dispersão de viagens para apoiar os destinos na abordagem da sobrelotação, ao mesmo tempo que aproveitam os benefícios do turismo para áreas menos visitadas. O turismo pode e deve ser aproveitado como uma força social, económica e sustentável”, reiterou.
Relativamente ao segundo semestre de 2023, a análise estima a continuação do ritmo de recuperação. O estudo indica que os consumidores devem ter em conta o custo do destino quando se deslocam para as férias de verão, “uma vez que as condições económicas mais fracas pressionam os orçamentos”.
Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal