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Costa anuncia apoio da UE à Ucrânia e avisa para a perigosidade de Putin

O primeiro-ministro anunciou esta sexta-feira que o Conselho Europeu chegou a acordo sobre a criação de um mecanismo de apoio permanente à Ucrânia e alertou para o “nível de perigosidade” de Putin, apesar do aparente enfraquecimento político.

“Uma parte muito importante das conclusões do Conselho é a criação de um mecanismo de apoio permanente à Ucrânia”, disse António Costa, em conferência de imprensa no final de dois dias de cimeira europeia, em Bruxelas.

O primeiro-ministro defendeu que os Estados-membros da União Europeia (UE) têm de estar concentrados em “assegurar que a Ucrânia tem condições para conquistar uma paz justa e duradoura”.

Sobre o encontro entre os 27 e o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, no início da cimeira, na quinta-feira, António Costa referiu que “houve algum nível de informação partilhado, mas não nenhuma indicação mais clara” sobre a rebelião dos mercenários da Wagner, no último sábado.

Há, contudo, “um sinal, de facto, de enfraquecimento da liderança” do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

“Veremos o que é que vai acontecer no futuro […], mas o nível de perigosidade que [Putin] já revelou é suficiente para nos preocuparmos”, completou o chefe do executivo português.

O isolamento de Hungria e Polónia em posição esperada sobre migrações

O primeiro-ministro destacou ainda “o isolamento” da Hungria e da Polónia face à questão migratória da União Europeia), após aqueles países terem bloqueado conclusões no Conselho Europeu, mas disse não estar surpreendido.

“Não fiquei desiludido porque não nos surpreende. É sabido que a Polónia e a Hungria têm posição bastante divergente e cada vez mais isolada no Conselho”, pelo que “ficou bastante claro o isolamento, mas não há surpresa”, declarou António Costa.

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas após um Conselho Europeu sem texto sobre a reforma das regras europeias sobre as migrações, dado o bloqueio polaco-húngaro, o chefe de Governo apontou que, “apesar de se ter verificado um acordo generalizado sobre o que está proposto, não foi possível […] ter conclusões”.

Ainda assim, “houve um consenso muito alargado entre a generalidade dos Estados-membros sobre as políticas de migração e o apoio aos países de origem”, isto apesar das posições “dissonantes da Polónia e da Hungria”, assinalou António Costa.

Apontando que estes dois países “tinham esperança de que os novos governos se tivessem juntado” à sua posição divergente na questão migratória, nomeadamente Itália, o chefe de Governo português adiantou que “o que está explicitado é que a Polónia e a Hungria têm um entendimento distinto das regras da UE”.

Para António Costa, Varsóvia e Budapeste têm uma “visão completamente errada dos valores europeus e de como a Europa se deve relacionar com o mundo”.

Esta é, considerou, uma “visão de que é possível imaginar um mundo em que não há migrações”, mas a ideia de que isso é possível é como achar que se consegue “eliminar o vento”.

“Não vamos eliminar, temos é de gerir”, concluiu António Costa.

Hungria e Polónia contestam a regra da maioria qualificada em matérias da política migratória, como permitido pelos tratados, defendo antes unanimidade para bloquear ou avançar com certas medidas.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: John This / AFP