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Da Taça de Portugal de 1998 à final onde podem fazer história como treinadores

Na quarta final da história entre o FC Porto e o Sp. Braga, um dos treinadores fará história. E se Sérgio Conceição procura a terceira Taça de Portugal em cinco anos, Artur Jorge deseja levantar o troféu pela primeira vez como técnico no domingo, no Estádio Nacional (17h15, horário de Lisboa / às13h15, horário de Brasília).

Se o conseguir será o técnico mais bem-sucedido em 102 anos do clube minhoto… pois ninguém o conseguiu num ano em que terminou o campeonato em terceiro lugar.

Manuel Palmeira venceu a Taça de Portugal em 1966, mas terminou a época em 10.º lugar. Já Paulo Fonseca em 2016 e Carlos Carvalhal em 2021, que também subiram a escadaria do Jamor para levantar o troféu, terminaram os respetivos campeonatos em quarto lugar. Ou seja, seria um feito enorme para Artur Jorge, no ano de estreia no banco dos minhotos.

Do outro lado encontrará Sérgio Conceição e um FC Porto a querer juntar a Taça de Portugal à Taça da Liga e Supertaça, numa época em que perdeu o campeonato na última jornada para o Benfica. Apesar de insistentemente desvalorizar os títulos pessoais, o técnico portista arrisca bater todos os recordes no futebol português.

Com nove troféus conquistados (três campeonatos, duas Taça de Portugal, três Supertaças e uma Taça da Liga), o treinador de 48 anos pode chegar ao décimo, se arrecadar a 19.ª Taça para o museu do FC Porto.

Um triunfo no Jamor permite-lhe superar Otto Glória e Joseph Szabo, ambos com nove títulos. Nesta altura, entre os treinadores portugueses, só Jorge Jesus o supera, com 12 troféus conquistados: três campeonatos, uma Taça de Portugal, seis Taças da Liga e duas Supertaças.

Olhando apenas para a Taça de Portugal, Sérgio Conceição festejou em 2020 e 2022. Se repetir o triunfo no domingo junta-se ao restrito lote dos que conseguirem três taças como treinadores – Fernando Vaz e János Biri -, ficando a apenas um troféu dos recordistas Otto Glória e José Maria Pedroto.

O técnico portista já chegou ao Estádio Nacional por cinco vezes, uma delas com as cores do Sp. Braga, numa das duas finais perdidas.

No dia 31 de maio de 2015, o Sp. Braga cedeu no desempate por penáltis frente ao Sporting. Os bracarenses estiveram perto da glória, mas sofreram o golo do empate (2-2) aos 90″+3 e acabariam por perder nas grandes penalidades (1-3), dando início a uma maldição nos penáltis que persegue o técnico portista até hoje.

Apesar de não ter conseguido o quarto título de campeão nacional, Sérgio Conceição pode terminar a época 2022-23 com três troféus, algo inédito na sua carreira de treinador, uma vez que nunca ganhou mais do que dois por temporada.

Adversários em 1998

Artur Jorge e Sérgio Conceição encontraram-se no Jamor quando ainda eram futebolistas na final de 1998, ganha pelo FC Porto. Foram ambos titulares. O então extremo do FC Porto jogou 66 minutos e depois deu lugar a Capucho, enquanto o defesa-central bracarense saiu aos 53 minutos para dar lugar a Bruno Vaza.

No final, o agora treinador dos dragões ficou com o troféu, após o triunfo, por 3-1. Aloísio, Jardel e Artur fizeram os golos do FC Porto e o brasileiro Sílvio marcou o golo do Sp. Braga, treinado pelo espanhol Alberto Pazos.

Agora é Artur Jorge que comanda a equipa. “Já estive no Jamor duas vezes como adepto, estive também como atleta e como capitão [em 1998] e quero muito estar como treinador. O crescimento que temos vindo a ter faz com que possamos ter equipas a lutar mais vezes por títulos e nas decisões. Temos tido uma presença não tão constante como gostaria, mas que tem sido marcante nos últimos anos”, disse, na meia-final da prova, antes de deixar para trás o Nacional.

Para além dessa final que colocou frente a frente os dois protagonistas da final deste ano, bracarenses e portistas encontraram-se mais duas vezes. A primeira foi em em 1977 e também sorriu aos dragões (1-0, golo de Fernando Gomes).

Só em 2016 o Sp. Braga conseguiu levantar o troféu, num jogo em que foi preciso encontrar o vencedor nos penáltis (após 2-2 nos 120 minutos). Paulo Fonseca treinava no Minho e viu a sua equipa chegar ao 2-0 (com golos de Rui Fonte e Josué, que estava emprestado pelos dragões), mas André Silva bisou e levou o jogo para prolongamento. No desempate por penáltis, o guarda-redes Marafona (Matheus, hoje dono da baliza, estava no banco) travou o sonho do FC Porto e segurou o troféu para o Sp. Braga.

Nesse dia 22 de maio de 2016, passavam 50 anos desde a primeira Taça de Portugal conquistada pelo emblema de Braga (1966), que desde então já conquistou mais uma para o museu. Foi em 2021, numa final ganha ao Benfica (2-0) sob o comando de Carlos Carvalhal.

Foi o terceiro troféu em sete finais conseguidas em 102 anos de história… ainda aquém das 18 taças em 32 finais do FC Porto. E com esse dado histórico. Na última década, apenas o Benfica (cinco, venceu duas) chegou mais vezes ao Jamor do que os portistas (quatro, venceram duas) e os minhotos (três, venceram uma).

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Mais Futebol / Portugal