Frederico Pinheiro disse hoje que foi “ameaçado pelo SIS (Serviço de Informações de Segurança) e injuriado e difamado pelo primeiro-ministro e ministro das Infraestruturas”. O ex-adjunto disse também que foi alvo de uma “campanha montada pela poderosa máquina de comunicação do Governo, que criou uma narrativa falsa”.
“Desempenhei funções de adjunto em três governos de António Costa durante seis anos. Do primeiro ao último minuto cumpri sempre as minhas funções de forma empenhada e leal. Cooperei dezenas de vezes com o gabinete do primeiro-ministro”.
“Nunca soneguei ou omiti informação para a decisão política. Tenho muito orgulho do trabalho que desenvolvi em equipa”, apontando o seu envolvimento, por exemplo, no plano de reestruturação da TAP junto da Comissão Europeia.
O ex-adjunto de João Galamba está a ser ouvido hoje no Parlamento na CPI da TAP. Frederico Pinheiro acusou João Galamba de querer esconder as suas notas sobre o encontro da ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, com os deputados do PS, para preparar uma audição parlamentar em janeiro, com o objetivo de alinhar o discurso da ex-CEO com o dos deputados socialistas.
O ministro das Infraestruturas já rejeitou a acusação, apontando que foi o seu antigo assessor que omitiu as notas do encontro.
Outra das polémicas foi o que se passou na noite quente de 26 de abril. Depois de demitido por João Galamba ao telefone, Frederico Pinheiro dirigiu-se ao ministério das Infraestruturas para recuperar o seu computador, com o objetivo de retirar informação que pudesse ser-lhe útil para defesa futura, negando que tenha tentado retirar qualquer documento confidencial do computador (tal como a reestruturação da TAP).
O ex-adjunto foi acusado de agredir membros do gabinete de João Galamba, algo que o próprio já negou. Frederico Pinheiro acabou por levar o seu computador, que foi recuperado mais tarde pelos serviços secretos, juntando mais gasolina a esta fogueira de polémicas.
Pelo meio, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu a demissão do ministro das Infraestruturas, que chegou a apresentar uma carta de demissão ao primeiro-ministro; mas António Costa segurou João Galamba, com o Presidente da República a criticar publicamente a decisão.
Fonte: O Jornal Económico / Portugal
Crédito da imagem: José Sena Goulão / Lusa