A taxa de desemprego portuguesa voltou a subir no primeiro trimestre, tendo-se fixado em 7,2% da população ativa no primeiro trimestre desde ano, indicou o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira. É preciso recuar ao final de 2020, em plena pandemia, para encontrar um valor pior (7,3% no último trimestre desse ano).
De acordo com o novo inquérito ao emprego do INE, o peso do desemprego subiu 0,7 pontos percentuais no primeiro trimestre face ao precedente, repetindo o agravamento anterior. Ou seja, em apenas dois trimestres a taxa de desemprego saltou de 5,8% para os atuais 7,2%.
Há um ano, no primeiro trimestre de 2022, a taxa de desemprego estava nos 5,9%.
A população desempregada também está a aumentar de forma significativa. O INE estima que no primeiro trimestre havia, em Portugal, 380,3 mil pessoas sem trabalho, mais 23,3% face ao mesmo trimestre do ano passado e mais 11% face ao quarto trimestre de 2022.
Segundo o INE, a taxa de desemprego entre os mais jovens (16 a 24 anos) rondou os 19,6% da população ativa nessas idades, menos um ponto percentual (p.p.) do que no trimestre homólogo.
Em todo o caso, a incidência do desemprego jovem continuava a ser uma das mais elevadas a Europa. Segundo o INE, “no 4.º trimestre de 2022, a taxa de desemprego de jovens na União Europeia a 27 países (UE27) foi estimada em 14,1%, menos 5,8 p.p. do que em Portugal (19,9%), que nesse trimestre apresentou a sexta taxa mais elevada na UE27”.
Em todo o caso, no primeiro trimestre, o número de jovens desempregados aumentou de forma pronunciada face a igual período do ano passado. O agravamento foi superior a 11%, havendo agora cerca de 73,2 mil jovens sem trabalho (pessoas com menos de 25 anos).
O desemprego alastrou em todos os grupos etários definidos pelo INE, mas a situação piorou mais no grupo dos 35 aos 44 anos, onde o número de pessoas sem trabalho disparou 47,1% face ao primeiro trimestre de 2022.
O desemprego também alastrou em todos os níveis de escolaridade. Em termos homólogos, aumentou uns expressivos 28,9% entre as pessoas com ensino básico (até ao terceiro ciclo), mais 32,5% no caso da população com o secundário e nem os licenciados escaparam, havendo agora mais 2,7% de desempregados com diploma do que no começo de 2022.
Desemprego piora mais no Norte e Alentejo
A incidência do desemprego piorou mais na região Norte do país e no Alentejo, mas é a Área Metropolitana de Lisboa (AML) que regista a taxa mais elevada, mostra o INE.
No Norte, a taxa de desemprego saltou 2,2 p.p., fixando-se nos 7,6% da população ativa no primeiro trimestre.
No Alentejo, a taxa saltou de 5,1% no primeiro trimestre de 2022 para 7,2% agora (mais 2,1 pontos).
Na AML, o aumento foi de 1,2 p.p., o que fez a taxa de desemprego da região de Lisboa atingir os 8%, a maior do país.
Nas regiões Centro e Algarve, o avanço do desemprego foi o mais leve, tendo aumentado apenas duas décimas, para 5,6% e 7,2%, respetivamente.
Em contraciclo estão as ilhas. A taxa de desemprego da Madeira baixou um ponto, para 6,5%. Nos Açores aliviou quatro décimas, para 6,2% da população ativa açoriana.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: João Manuel Ribeiro / Global Imagens