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“Há que liderar em vez de ser liderado”, diz secretário de Turismo e Cultura da Madeira

O secretário Regional do Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, está confiante num bom ano de 2023 para o turismo da região. Se 2022 foi um ano recorde, os números de janeiro são muito animadores. Contudo, salienta que é preciso estar preparado para continuamente valorizar o destino.

A região da Madeira registou, em 2022, 9,6 milhões de dormidas, correspondendo a uma taxa de ocupação anual de 61%, revelou Eduardo Jesus, secretário Regional do Turismo e Cultura da Madeira, num encontro com a imprensa.

Destas, 1,8 milhões de dormidas foram de turista nacionais, correspondendo ao 3.º mercado mais importante para Madeira, com uma quota de 19%, atrás o mercado alemão (23%) e inglês (21%).

Para estes resultados muito contribui a maior oferta em termos de conectividade, destacando Eduardo Jesus as 123 rotas existentes para o arquipélago, em ligação com 34 países e 98 aeroportos, tendo sido transportados, no ano passado, mais de quatro milhões de passageiros.

“Fizemos o nosso trabalho de casa e a ligação ao outro lado do Atlântico teve o seu efeito nos números que podemos apresentar relativamente a 2022”, disse Eduardo Jesus.

“As pessoas conseguiam ter ‘dias de libertação’ na Madeira e o trabalho feito com a marca Madeira em muito contribuiu para responder à procura e a uma certa ansiedade”, frisou o secretário Regional para o Turismo e Cultura.

Um início de ano promissor

Já em janeiro de 2023, os primeiros dados para o sector de alojamento turístico da Região, estima em 123,7 mil os hóspedes que geraram 691,1 mil dormidas, traduzindo variações homólogas de +105,7% e de +75,1%, respetivamente.

Comparativamente a janeiro de 2019, “realidade a que nos devemos comparar, já que o início do ano 2022 ainda foi impactado pela Ómicron”, registaram-se, pela mesma ordem, aumentos de 62,5% e 31,2%.

Para efeitos de comparabilidade com os dados divulgados pelo INE, é necessário excluir o alojamento local com menos de 10 camas, sendo que, segundo esta lógica de apuramento de resultados, as dormidas do alojamento turístico, em janeiro de 2023, apresentaram um aumento homólogo de 72,8%, ligeiramente inferior à verificada a nível nacional (+74,5%).

Na Região, as dormidas de residentes em Portugal cresceram 110,3% relativamente ao mês homólogo, atingindo as 106,1 mil (15,4% do total), enquanto as de residentes no estrangeiro subiram 69,9%, situando-se em 585,0 mil.

Note-se que, face a janeiro de 2019, a variação nas dormidas produzidas por residentes em Portugal foi de +137,4% e de +21,4%, no caso das produzidas por residentes no estrangeiro. Os hóspedes entrados, em janeiro de 2023, com residência no País, totalizaram 28,6 mil e os com residência no estrangeiro 95,1 mil.

No país, em janeiro de 2023, o mercado interno contribuiu com 1,2 milhões de dormidas (+38,7%) e os mercados externos totalizaram 2,3 milhões de dormidas (+101,3%).

Os primeiros dados estimados, na Região, para o mês de referência, mostram que os principais mercados emissores de residentes no estrangeiro representaram 84,6% do total de dormidas. Nesse conjunto, o mercado da Reino Unido é o que regista mais dormidas, em janeiro de 2023, cerca de 155,1 milhares, seguido da Alemanha, com 146,6 milhares, e da França, com 25,7 mil.

Uma estratégia desenhada até 2027

Definida que está o Plano de Ordenamento do Turismo até 2027, Eduardo Jesus recordou que “não nos podemos esquecer do que aconteceu nos anos de 1990”. Ou seja, queremos equilibrar o valor oferecido com a qualidade”, salientou, frisando que, “só com ganhos em valor conseguimos que as empresas invistam, inovem, se modernizem”.

Nessa estratégia está contemplado a aprovação de hotéis apenas com o máximo de 80 quartos, correspondendo a 160 camas, de modo a atingir 2027 com um máximo de 40.000 camas, até porque, considerou Eduardo Jesus, “há que liderar em vez de ser liderado”, numa mensagem clara que a Madeira quer mais turismo, mas melhor turismo.

“O que vem aí ao nível de tecnologia para o turismo é enorme e as empresas têm de estar preparadas e só com um turismo valorizado é que é possível investir e inovar em melhor turismo”.

Para os próximos tempos a aposta em segmentos mais jovens também é uma certeza, admitindo Eduardo Jesus que, durante a pandemia, “conseguimos captar mais turistas do segmento jovem, constituindo esta uma oportunidade para o futuro”, sendo certo que a estratégia passa por uma coabitação “entre os mercados tradicionais com gente mais nova”, no que o secretário Regional para o Turismo e Cultura considera ser “não uma substituição, mas uma soma”.

Com uma densidade turística de 31%, ao contrário de, por exemplo, Lanzerote que possui 134%, Eduardo Jesus reconhece que “é preciso utilizar bem o espaço”, salientando que a sazonalidade na região “está muito esbatida”, com a estadia média, nos dias de hoje, a rondar as 4,8 noites”.

A concluir, secretário Regional para o Turismo e Cultura frisou que o mais importante é, de facto, “garantir a conectividade com os diversos mercados emissores”, considerando que “o facto de se viajar mais barato, dá a possibilidade de o turista gastar mais no destino”.

Fonte e crédito da imagem: Publituris / Portugal