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Fenprof continuará protestos se “nada estiver resolvido” após 11 de fevereiro

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, afirmou esta terça-feira que os sindicatos esperavam que o Ministério da Educação enviasse, com antecedência, o documento que vai estar em discussão na ronda negocial marcada para esta sexta-feira (20 de janeiro). “Mas não o fez”, afirmou.

“Gostaríamos de ir para a reunião com conhecimento, com análise e com posições em função daquilo que está em cima da mesa. O Ministério opta por fazer sair umas meias dicas para a comunicação social, que não dizem nada. E como não dizem nada, não sabemos até onde é que querem negociar e convergir”, lamentou Mário Nogueira, em Aveiro, onde decorre o segundo dos 18 dias da greve de professores por distritos.

Afirmou que em relação aos concursos, os professores têm contestado “o recrutamento a partir de perfis de competências ou colocação em escolas por conselhos locais de diretores”, matérias sobre as quais “o ministério ainda não veio dizer que vai desistir”. “São linhas completamente vermelhas para a Fenprof”, destacou.

“Se a colocação dos professores, não se der a partir do critério único chamado graduação profissional, a Fenprof não estará de acordo com as propostas de ministério”, sublinhou Mário Nogueira.

Para o dirigente sindical, não é só a questão dos concursos que está a desvalorizar a profissão e a afastar os jovens da profissão, mas também as questões da carreira, da precariedade, envelhecimento e aposentação, horário de trabalho e a mobilidade por doença. Problemas que, prosseguiu, têm “que ter calendários negociais”.

Mário Nogueira anunciou que está agendada para o dia 11 de fevereiro ” uma grande manifestação de professores”, porque “o ataque que, neste momento, existe é à profissão de professor”. E promete mais protestos, caso não haja evolução na resolução dos problemas reivindicados pelos docentes.

“A partir de 11 de fevereiro se nada estiver resolvido, com certeza que vamos prosseguir com este tipo de ações”, ou outras, disse. Depende da “análise” que se fizer “na altura”, acrescentou.

A ronda negocial com o Ministério da Educação acontece esta sexta-feira e Mário Nogueira afirmou que vão entrar na reunião com o Governo com “essa vitamina reforçada”, referindo-se ao “grande apoio que os professores estão a dar”. Mas pede aos docentes “um último momento de reforço”, no próprio dia 20.

“Vamos realizar um plenário nacional, promovido pelos sindicatos, à porta do Ministério da Educação na próxima sexta-feira. A partir das 9:30 os colegas de Lisboa começam a concentrar-se, pelas 11:00 chegam os que vêm de fora. Aquilo que nós queremos é podermos estar a negociar com o ministério com a força das palavras de ordem que vêm da rua para dentro da sala onde estivermos”, afirmou.

Atualmente, estão a decorrer três greves distintas convocadas por várias organizações sindicais. A primeira foi uma iniciativa do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), que em dezembro convocou uma paralisação por tempo indeterminado, que os professores têm cumprido de forma parcial, a apenas um tempo de aulas, e para a qual já foram entregues pré-avisos até 31 de janeiro.

No início do 2.º período, o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) iniciou uma outra greve parcial, esta ao primeiro tempo de aulas de cada docente, que se deverá prolongar até fevereiro e na segunda-feira arrancou uma greve total que se realiza por distritos durante 18 dias, convocada por uma plataforma de sindicatos que incluiu a Federação Nacional de Professores (Fenprof).

Os professores exigem melhores condições de trabalho e salariais, o fim da precariedade, a progressão mais rápida na carreira, e protestam contra propostas do Governo para a revisão do regime de recrutamento e colocação, que está a ser negociada com os sindicatos do setor.

Fonte: Diário de Notícias e Lusa / Portugal

Crédito da imagem: Álvaro Isidoro / Global Imagens