Maria Manuel Cruz anunciou que vai avançar de imediato com uma auditoria à Câmara Municipal de Espinho, no dia em que tomou posse como presidente da autarquia, após Miguel Reis, em prisão preventiva, ter renunciado ao cargo.
Em comunicado enviado à Lusa, a autarquia revelou que a nova presidente anunciou na reunião de câmara de hoje “que avançará de imediato com um processo de auditoria à autarquia, mostrando-se disponível para levar até ao limite e sem qualquer receio o apuramento de responsabilidades e procurando blindar o funcionamento dos serviços municipais”.
Maria Manuel Cruz, eleita pelo PS, assumiu esta segunda-feira a presidência depois de Miguel Reis, do mesmo partido, ter renunciado ao cargo após ter sido constituído arguido, tendo ficado em prisão preventiva na sequência do seu alegado envolvimento num esquema de corrupção no ramo imobiliário.
Em causa estão suspeitas de corrupção e de outros crimes económico-financeiros cometidos, alegadamente, “em projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos”, segundo a Polícia Judiciária (PJ).
A nova presidente da Câmara de Espinho afirmou-se “determinada em assegurar o normal funcionamento da autarquia e confiante na capacidade de garantir uma gestão autárquica capaz de corresponder aos desafios do presente e à necessidade de construir um futuro melhor para os espinhenses”.
Maria Manuel Cruz ocupava o terceiro lugar nas listas do PS nas eleições autárquicas de 2021 e detinha os pelouros da Educação, Cultura, Ambiente e Modernização Administrativa.
A autarca defendeu ainda que estão “reunidas todas as condições de legitimidade política e estabilidade governativa para cumprir o mandato até 2025” e mostrou-se consciente da “responsabilidade” que agora recai sobre si, apontando como prioridade “salvaguardar o bom nome e a integridade da instituição e garantir que a autarquia continua focada e empenhada na sua principal missão – defender, acima de tudo, os interesses de Espinho”.
Na reunião da Câmara Municipal assumiram ainda funções como vereadores Luís Canelas e Lurdes Rebelo, lê-se ainda no comunicado da autarquia.
Miguel Reis foi um dos cinco detidos no âmbito da Operação Vórtex, investigação que também motivou a prisão preventiva do empresário Francisco Pessegueiro.
Fonte: Jornal de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Facebook / C. M. Espinho