Duas pessoas, entre os muitas que esperavam o presidente da República, mostraram-se indignadas com a forma como é feita prevenção e o combate aos incêndios em Portugal.
Não é normal Marcelo Rebelo de Sousa ser contestado, mas aconteceu esta terça-feira em Murça, concelho onde se deslocou no âmbito do périplo que está a fazer por municípios atingidos pelos grandes incêndios do verão deste ano.
Mal saiu do carro em Murça, o presidente da República foi abordado por duas pessoas com acusações de que o que está a ser feito para prevenir e combater os incêndios florestais não é suficiente.
“Estamos indignados”, gritaram. “Há 40 anos, tinha eu 11, combatíamos os incêndios com mangueiras e baldes de água. Passado todo este tempo continuamos igual. Que andaram a fazer o PS e PSD durante todo este tempo. E o senhor, ao tempo que lá está, o que é que fez, senhor presidente? O senhor fala muito bem, é muito educado, mas não faz nada. É uma incompetência. Lá fora sinto-me triste ao ver a minha região e o meu país assim!”
Marcelo bem tentou falar, “vamos ver, oiçam”, repetia-lhes, tranquilamente, mas os dois homens continuaram a contestação sobrepondo a voz à do chefe de Estado, e avançando para outras críticas: “Um bombeiro fica inútil e recebe 400 euros. O Sócrates foi preso e ganhava três mil na prisão. O Pinho ganha 15 mil euros por mês!”
Ao seu estilo, Marcelo Rebelo de Sousa tentou acalmar os dois homens e dialogar com eles. “Há tribunais que julgam estes casos. Não é responsabilidade do presidente da República”, repetiu. Mas foi em vão. Não conseguiu calar a revolta.
Por isso, não teve outro remédio senão abandonar o local e ir cumprimentar os Bombeiros Voluntários de Murça, bem como várias dezenas de outros concelhos do distrito de Vila Real, para lhe agradecer o trabalho feito, principalmente na época mais crítica de combate aos incêndios.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Pedro Sarmento Costa / LUSA