O novo ano traz novas subidas de preços em vários bens e serviços, mas também a subida do salário mínimo, das pensões, dos salários na Função Pública e um novo alívio nos escalões de IRS.
Os principais passes de transportes públicos mantêm o preço, mas bilhetes de comboio e autocarro sobem de preço, enquanto as portagens – como já é hábito – crescem ao ritmo da inflação e faturas como a eletricidade e a água sofrem pequenos aumentos.
Conheça tudo o que vai mexer com o seu bolso já a partir de janeiro de 2026.
Eletricidade
A confirmação chegou da ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos – há duas semanas. As tarifas e preços para a energia elétrica vão ter um aumento de 1% para o mercado regulado em Portugal Continental.
Isto significa que, segundo estimativas da reguladora, um casal sem filhos verá a fatura mensal aumentar, em média, 18 cêntimos. Já um casal com dois filhos pagará mais 28 cêntimos por mês.
A ERSE refere que, em Portugal Continental, os preços de venda a clientes finais do mercado regulado crescerão numa média anual de 1,7%, no período de 2021 até 2026. O maior aumento aconteceu em 2024, com um crescimento da fatura de 2,9%.
Se o comercializador for o mercado liberalizado, pode esperar uma fatura mais barata entre 1% e 0,5%, em empresas como EDP Comercial ou Galp.
Água
As tarifas a aplicar em 2026 na fatura da água estão nas mãos de cada município, e a maioria deles ainda não aprovou as mesmas.
No entanto, só em relação às tarifas do serviço de captação e tratamento de água, a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos recomendou uma subida das mesmas em 1,8%, ao nível da taxa de inflação, o que, admite, – “é expectável que possa vir a ser refletido na atualização das tarifas municipais” na distribuição.
O preço da água já tinha subido a 1 de outubro, após atualização da Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) em 20 cêntimos por mês para 85% dos clientes.
Gás
Tal como a água, o gás natural também sofreu um aumento em outubro.
Na altura, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) atualizou as tarifas no mercado regulado em 0,36 a 0,21 euros por mês – um aumento médio de 1,5% que entrou em vigor a 1 de outubro.
O mesmo vai estar em vigor até 30 de setembro de 2026 e abrange os 437 mil consumidores que permaneciam, naquele mês, no mercado regulado.
Telecomunicações
As três principais operadoras de telecomunicações em Portugal, Nos, Meo e Vodafone, anunciaram que os preços de alguns serviços vão aumentar em janeiro do próximo ano, justificando com a taxa de inflação prevista para 2025.
Alguns serviços ficam de fora, como o Moche na MEO, ou para clientes Yorn Chill na Vodafone, mas regra geral o aumento será de 2,2% já a partir de janeiro.
Assim, para uma fatura mensal de 40 euros, o aumento será de 0,88 cêntimos.
Portagens
Esta é uma das que estão já definidas na lei. A subida do preço das portagens está dependente da inflação de outubro, o que significa que o aumento em 2026 será de 2,29%.
Assim, o custo da portagem da A1 desde Lisboa até ao Porto, que para um veículo de Classe 1 custa neste momento 24,60€, vai sofrer um aumento de 60 cêntimos, passando a custar 25,20€.
Ainda assim, a partir de abril, algumas autoestradas ou troços vão ficar isentos de portagens: falamos de toda a A25 e de dois troços da A6 e A2, além de troços específicos na região de Leiria e Porto (A19, A8 e A41 para pesados).
Transportes
Primeiro as boas notícias: para 2026, os preços do Passe Ferroviário Verde, do Navegante em Lisboa e do Andante no Porto não vão sofrer alterações.
Enquanto o passe da CP continua a custar 20 euros por mês, o Navegante Metropolitano para a Área Metropolitana de Lisboa custa 40 euros por mês e o Navegante Metropolitano, para os restantes concelhos, custa 30 euros.
Na Área Metropolitana do Porto, o Andante continua a custar 30 euros (a nível municipal) ou 40 euros (a nível metropolitano).
Agora as más notícias: bilhetes nos comboios da CP vão aumentar, em média, 2,26% em 2026. Um bilhete no Alfa Pendular entre Lisboa-Oriente e Porto-Campanhã vai passar a custar 35,70€ em classe Turística, quando custava até aqui 34,60€ – aumento de 1,10€. Já o bilhete em classe Conforto passa a custar 49,90€ – um aumento de 1,50€.
Na Carris, um bilhete de autocarro sobe 10 cêntimos, para os 2,30 euros, enquanto um bilhete de elétrico cresce o mesmo montante, para os 3,30 euros. No Metro de Lisboa, a viagem pré-comprada de uma hora, em toda a rede da Carris, com o cartão “Zapping”, que pode ser carregado com montantes entre três e 40 euros, sobe de 1,66 para 1,72 euros.
No Andante, os aumentos serão de 5 a 10 cêntimos, à exceção do título Z2, que se mantém em 1,40 euros.
Rendas
Ao sopro do coeficiente de atualização de rendas do INE, as rendas vão aumentar 2,24% em 2026 – o que equivale a uma subida de 2,24 euros por cada 100 euros de renda.
Isso significa que uma renda de 1.000 euros deverá aumentar 22,40 euros no próximo ano.
Esta é uma percentagem ligeiramente superior à do ano anterior, quando os preços subiram 2,16%, mas inferior à de anos com inflação alta.
IMI
Pela primeira vez desde 2023, o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para casas novas ou reconstruídas vai aumentar.
O valor médio de construção por metro quadrado vai crescer 7%, com o preço médio de construção a subir para os 570 euros, em relação aos 532 euros atuais.
Segundo a lei, este valor de construção faz parte da fórmula de cálculo do IMI.
CTT
Os Correios vão subir os preços, em média, 6,2%, com o correio normal nacional (até 20g) a subir 4 cêntimos a partir do próximo ano.
Mas aproveite o próximo mês: é que os novos preços só entram em vigor a 2 de fevereiro.
Medicamentos
Graças a uma portaria da Revisão Anual de Preços (RAP), e pela primeira vez, os medicamentos considerados essenciais e críticos não vão sofrer alterações em 2026.
A medida engloba e alarga a isenção a medicamentos com preço de venda ao público até 30 euros, em vez dos 16 euros do ano passado.
Pensões
A grande maioria das pensões vai crescer 2,8% no próximo ano, com a subida a englobar todas as reformas até aos 1.074 euros.
No escalão seguinte, para pensões entre os 1.074,26 euros (2 IAS) e os e 3.222,78 euros (6 IAS), o aumento com base na inflação – ou seja, cresce 2,27%.
E no escalão acima, entre os 3.222,78 euros (6 IAS) e até 6.445,56 (12 IAS) as pensões sobem 2,02%, segundo confirmou o Ministério do Trabalho ao Jornal de Negócios.
Função Pública
Entre funcionários públicos, a subida de salários ainda não está fechada e Governo e sindicatos continuam na mesa de negociações.
No entanto, continua em discussão uma proposta de subida de 56,58 euros ou de 2,15% a partir dos 2.677 euros de remuneração.
Isso significa que a base remuneratória da Função Pública passa a ser de 934,99 euros, para um aumento de 6,4% do salário mínimo entre funcionários públicos.
Salário Mínimo
Para os trabalhadores por conta de outrem, a Retribuição Mínima Mensal Garantida – ou o Salário Mínimo Nacional (SMN) – passa a ser de 920 euros, crescendo 50 euros em relação aos atuais 870 euros.
Em termos percentuais, o crescimento é de 5,7%, abaixo da meta média que a AD colocou para o seu Programa de Governo, que prevê o salário mínimo nos 1.110 euros em 2029 – o que implica aumentos acima dos 6%.
Apoios Sociais
Tal como o salário mínimo, também o IAS – Indexante dos Apoios Sociais- que define as tabelas de subsídios, vai aumentar para os 537 euros – mais 14 euros do que este ano e um aumento de 2,8%.
É a este ritmo que vão subir o o subsídio de desemprego, o RSI, o abono de família, o subsídio de doença e pensões sociais.
IRS
Já o Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares vai sofrer uma descida para os escalões mais baixos, mas que também irá influenciar os escalões mais altos.
Com as descidas em 2026 e uma nova fórmula que irá atualizar os escalões, haverá redução da fatura fiscal para as famílias.
A subida de 3,51% nos escalões e redução das taxas marginais do 2.º ao 5.º escalão vão trazer poupanças pequenas no próximo ano, que podem chegar aos 126 euros.
Fonte: www.rr.pt
Crédito da imagem: Reuters