A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) alertou em comunicado que o atraso na contratação de médicos especialistas está a colocar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “em risco” e “expõe a falência” da governação do Ministério da Saúde.
Em causa está o atraso na contratação de 250 médicos especialistas recentemente formados que terminaram o internato médico em outubro e, de acordo com a FNAM, em dezembro continuam “sem qualquer colocação no SNS, devido ao atraso na abertura do concurso de contratação, cujo prazo legal terminou há dois dias”.
A FNAM detalha que entre estes profissionais encontram-se médicos de especialidades “críticas” para o SNS, nomeadamente mais de 50 médicos de Medicina Geral e Familiar, mais de 30 médicos de Medicina Interna, 16 médicos de Obstetrícia, 12 médicos de Psiquiatria e 11 médicos de Pediatria.
“Estas são áreas onde as carências são amplamente reconhecidas e sentidas diariamente pela população, traduzindo-se em serviços de urgência encerrados, incluindo urgências de Obstetrícia, tempos de espera em urgência que ultrapassam as 17 horas e cerca de 15% da população sem médico de família”, destaca a FNAM neste domingo (14) em comunicado.
A Federação Nacional dos Médicos considera que não existe justificação técnica ou administrativa para este atraso, tratando-se de uma “grave falha de planeamento, de gestão e de responsabilidade política imputável ao Ministério da Saúde”, sendo que o país “arrisca desperdiçar médicos altamente qualificados, formados ao longo de mais de uma década com investimento público, num momento em que o SNS enfrenta uma das maiores crises de recursos da sua história”.
Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal
