A Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM) inaugurou esta segunda-feira a nova subestação do Caminho do Meio, na Ponta do Sol, um investimento que reforça a rede elétrica do concelho e garante o abastecimento energético para as próximas décadas.
O presidente do conselho de administração da EEM, Francisco Taboada, destacou a importância da nova infraestrutura para a estabilidade e eficiência do sistema elétrico regional.
“À medida que a produção de energias renováveis vai crescendo, aumenta também a necessidade de transportar essa energia para os centros urbanos. Estas subestações são fundamentais, porque o transporte é feito em alta tensão – neste caso, a 60 quilovolts – e é necessário dispor deste tipo de equipamentos para transformar ou ajustar a tensão nos vários pontos da rede”, explicou o responsável.
Segundo Taboada, a nova subestação tem uma potência instalada de 10 MVA, suficiente para alimentar todo o concelho da Ponta do Sol durante os próximos 30 anos.
Embora a instalação esteja ligada à rede geral, o dirigente sublinhou que a energia que chega à Ponta do Sol provém essencialmente de fontes renováveis, nomeadamente da zona da Calheta.
“A Ponta do Sol é o concelho com maior produção de energia renovável na Região. Cerca de 52% da energia aqui produzida é limpa, resultante dos parques eólicos e solares, que representam no total cerca de 74 megawatts de potência instalada – o equivalente a uma das centrais térmicas da Vitória”, referiu.
Com a entrada em funcionamento desta subestação, a qualidade do abastecimento elétrico no concelho fica reforçada, assegurando uma rede mais estável e resistente a falhas.
“Esta obra melhora a fiabilidade do fornecimento de energia elétrica à Ponta do Sol. O concelho tem cerca de 5.500 lares com contadores, e mais de 90% já dispõem de contadores inteligentes. Prevemos concluir a instalação total até março, antecipando em três meses o prazo previsto pelo PRR”, acrescentou Francisco Taboada.
Questionado sobre se a população notará mudanças imediatas, o presidente da EEM esclareceu que a melhoria será sobretudo estrutural. “Os consumidores não vão sentir diferenças diretas, porque a qualidade da energia já era boa. O objetivo é garantir o desenvolvimento económico e a segurança energética do concelho nas próximas décadas”, afirmou.
O Governo Regional investiu cerca de 300 milhões de euros na produção de energia na Madeira, montante aplicado integralmente em fontes renováveis.
Francisco Taboada recordou ainda que, desde 2015, o Governo Regional investiu cerca de 300 milhões de euros na produção de energia na Madeira, montante aplicado integralmente em fontes renováveis. “O maior peso dessa produção está na Calheta e na Ponta do Sol, o que exige o reforço dos equipamentos de transporte e distribuição à medida que cresce a potência injetada na rede”, explicou.
Relativamente à possibilidade de apagões, como os registados recentemente no continente, o responsável assegurou que a Madeira está cada vez mais preparada para responder a essas situações.
“Nunca se pode garantir que não aconteça um apagão, tal como não se pode garantir que não haja um terramoto. Mas, neste momento, a Madeira está mais segura do que o continente. Contamos já com quatro baterias de potência, três centrais com arranque automático e sete pontos de arranque independente. Somos uma rede isolada, mas cada vez mais resiliente”, garantiu.
O dirigente confirmou ainda que o novo gerador síncrono do Caniçal – um investimento financiado pelo PRR – já está concluído e em fase de ensaios. “Este sistema não serve para produzir energia, mas para estabilizar a frequência e a tensão da rede, evitando desligamentos gerais como o que ocorreu há alguns meses no continente”, concluiu Francisco Taboada.
Fonte e crédito da imagem: Jornal Madeira / Portugal