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Número de beneficiários do CSI cresce 58% face a 2024. Reformados alertam para pensões baixas

O número de pessoas que recebem o Complemento Solidário para Idosos (CSI) continua a aumentar de forma significativa.

No mês passado, mais de 228 mil idosos beneficiavam deste apoio, o que representa um crescimento de quase 58% face a julho de 2024, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo jornal Público.

Este aumento deve-se, sobretudo, às alterações introduzidas pelo anterior Governo de Luís Montenegro, que elevaram os valores de referência para acesso ao CSI e deixaram de contabilizar os rendimentos dos filhos no cálculo do complemento.

A expectativa era que a medida abrangesse mais 24 mil beneficiários, mas o número acabou por ultrapassar largamente essa estimativa, o que poderá levar a um novo desvio face ao valor inicialmente orçamentado.

Para Maria do Rosário Gama, presidente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe!), o crescimento no número de beneficiários é “sintomático” de um problema estrutural: pensões demasiado baixas, que obrigam muitos idosos a depender deste apoio.

“A boa notícia seria que os aumentos das pensões evitassem que existisse este suplemento solidário. Porque isso significa que muitas pessoas têm pensões muito baixas, inferiores a 6.608 euros por ano, isto é uma coisa absolutamente dramática, é um valor muito baixo por mês. É claro que, para quem recebe pensões muito baixas, é bom, mas o ideal seria que não houvesse necessidade deste complemento solidário para idosos.”

A dirigente da APRe! alerta ainda para as dificuldades crescentes enfrentadas pelos reformados, cujas pensões não acompanham o aumento do custo de vida.

“Os valores são muito baixos. Por exemplo, o limite para receber o complemento é uma pensão anual inferior a 6.608 euros, o que corresponde a cerca de 550 euros por mês considerando 12 meses. Porém, as pensões são pagas em 14 meses, então na prática o valor mensal é ainda menor. Com o salário mínimo a mais de 800 euros e a inflação alta, as pessoas têm cada vez mais dificuldade em poder ter uma vida digna.”

Fonte: www.rr.pt

Crédito da imagem: Reuters